A suspensão provisória da oferta de vagas do curso de Medicina para estudantes do Bacharelado Interdisciplinar (BI) foi aprovada pelo Conselho Acadêmico de Ensino (CAE) da Universidade Federal da Bahia (Ufba). Inicialmente, a medida será válida por três anos, contados a partir de 2025, para os novos ingressantes do BI. A decisão levou em conta a crescente judicialização de vagas do curso e o excesso de alunos no departamento.
Em nota publicada na quinta (10), O Instituto de Humanidades, Artes e Ciências (Ihac) da Ufba repudiou a medida. Segundo o Ihac, o CAE desconsiderou o posicionamento da Procuradoria Federal, indicando que a competência sobre o assunto era do Conselho Universitário (Consuni).
Por isso, o instituto afirma que vai recorrer ao Consuni, a fim de encontrar outras alternativas para minimizar os impactos dos processos judiciais e os ingressos por judicialização no curso, sem comprometer o projeto dos Bacharelados Interdisciplinares.
“O IHAC reforça a importância de se respeitar os processos democráticos e as conquistas obtidas com o REUNI, que ampliaram o acesso à universidade pública e à diversidade de sua comunidade estudantil. Considera, ainda, que qualquer decisão precipitada sobre a retirada de Medicina pode comprometer não apenas o projeto pedagógico dos BI, mas também conquistas importantes no campo das políticas afirmativas e da inclusão social na universidade”, diz um trecho do texto divulgado pelo instituto.
Já a direção da Faculdade de Medicina da Ufba (FMB) se manifestou em apoio à decisão do Conselho Acadêmico. Em pronunciamento, o professor doutor Antonio Alberto da Silva Lopes, diretor do departamento, disse considerar a suspensão “extremamente necessária”, diante do que classificou como “situação dramática que se encontra a Faculdade de Medicina da Bahia”.
Ele pontua o número crescente de medidas judiciais, o que obrigaria a Ufba a acolher um número excessivo de estudantes nos últimos quatro anos, como o grande problema com o BI. “Esse aumento imprevisível no número de estudantes compromete diretamente a qualidade do ensino, afeta a alocação de recursos e gera uma sobrecarga insustentável nas nossas estruturas administrativas e nos campos de prática, prejudicando a saúde de alunos, professores e técnico administrativos que trabalham para prevenir comprometimento ao atendimento dos pacientes que necessitam de cuidados de saúde nos hospitais e ambulatório ligados à Faculdade de Medicina”, diz o diretor.
Fonte: Bahia.ba