DPT de Vitória da Conquista disse que amostra foi recolhida nesta terça.
Criança desapareceu há sete dias, após tiroteio entre PM e adolescentes.
Depois de denunciarem que nenhuma amostra de sangue havia sido recolhida do local onde um menino de nove anos desapareceu, na cidade de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia, os parentes da vítima foram procurados nesta terça-feira (11) por uma equipe do Departamento de Polícia Técnica (DPT). Os agentes coletaram amostras de sangue da família para que elas sejam comparadas com o material que restava no local do desaparecimento. Ele sumiu na terça-feira (4) após um tiroteio entre a polícia e um grupo de adolescentes.
O sangue encontrado no local do ocorrido foi retirado tanto pela família quanto pela polícia. Ele será confrontado com os materiais genéticos de familiares da vítima, para que seja detectado se pertence à criança. A polícia acredita que esta identificação irá auxiliar nas investigações. As duas amostras serão enviadas à unidade do Departamento de Polícia Técnica de Salvador. Ainda não há previsão de quando sairão os resultados dos exames.
As buscas pela criança são realizadas com apoio de cães farejadores e policiais. “O cão já seguiu todos os rastros nos locais que a criança percorreu. A gente fez todas as varreduras possíveis: na lagoa, no mato, em torno do condomínio. Reviramos tudo. Amanhã vamos ver dentro de um outro raio para tentar achar a criança”, relatou o subtenente Jean Queiroz na segunda-feira (10). As pessoas que tiverem alguma pista do paradeiro do menino devem entrar em contato com os bombeiros através do telefone (77) 3425-6605.
Investigação
Uma sindicância vai apurar o envolvimento de policiais no desaparecimento do garoto. De acordo com a família, o sumiço ocorreu na terça-feira (4) após tiroteio envolvendo adolescentes e a polícia. “Quando há denúncia, temos que apurar todo direcionamento. Temos interesse em elucidar a situação”, afirmou a capitã Paula, que está à frente do comando.
Um menino de 12 anos, que estava com o garoto na última vez em que ele foi visto, contou uma versão de como tudo aconteceu. “Teve uma hora que nós olhamos para trás e não vimos ele, foi a hora que começamos a correr e a polícia começou a atirar. Teve uma hora que passou pelo policial e ele mandou abaixar”, contou.
A Polícia Civil diz que já identificou os suspeitos que trocaram tiros com a PM, gerando a confusão que resultou no sumiço da criança, mas até esta segunda-feira (10) eles não foram ouvidos na delegacia. “Já foram alguns identificados, já estamos à procura deles. Nós precisamos ouvi-los para esclarecer o que aconteceu naquele momento”, comentou Odilson Pereira, coordenador de Polícia Civil da região.
“É muita dor, muita tristeza, sinto falta de meu filho, peço para quem viu ele, quem estiver com ele, que possa trazê-lo de volta”, apela Osana Batista, mãe do garoto. O caso foi encaminhado ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e um promotor público foi encaminhado para acompanhar o as investigações.
Desaparecimento
O garoto está sumido há sete dias em Vitória da Conquista, na região sudoeste da Bahia. Segundo testemunhas, o garoto brincava com outras crianças em um matagal próximo ao Condomínio Vila Bonita, onde mora, quando um grupo de adolescentes chegou. Em seguida, a polícia apareceu e trocou tiros com o grupo de adolescentes, que seriam suspeitos de tráfico de drogas, de acordo com a PM.
As testemunhas informaram ainda que as crianças correram para se proteger dos tiros. Na confusão, o menino de nove anos se perdeu dos amigos e desapareceu.
Não foi permitido que voluntários fizessem as buscas logo depois do desaparecimento porque já estava escuro, informou a polícia, mas bombeiros iniciaram a procura ainda na terça-feira. A família do garoto está preocupada com a criança porque uma mancha de sangue foi encontrada perto do matagal.
O pai do menino desconfia que o sangue seja do filho, que pode ter sido baleado por engano. “Eu gostaria de coletar o meu sangue para fazer o exame de DNA para saber se é do meu filho”, disse Geraldo Braga. “A gente não consegue dormir direito só de pensar onde é que ele está, com quem ele está, se está com fome, se está com frio. É difícil para todos nós”, afirmou Eunice Lima, avó da criança desaparecida.
Fonte: G1, com informações da Tv Sudoeste