Ana Cecília sofre da síndrome nefrótica e aguarda decisão há 67 dias.
Justiça pediu transferência imediata, mas regulação ainda espera por vaga.
A família de Ana Cecília, criança que sofre de problema grave nos rins, a chamada síndrome nefrótica, não conseguiu transferência hospitalar, mesmo com decisão judicial determinando transferência imediata para uma unidade que ofereça o serviço de nefropediatria. A decisão ocorreu dia 8 de janeiro e é do juiz Juvino Henrique Souza Brito. A pena diária arbitrada é de R$ 1 mil. A Promotoria de Justiça entrou em contato, no dia 15 de janeiro, com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para cobrar o cumprimento da decisão.
“Nada foi feito. Infelizmente, me surpreende o fato de Ana Cecília ainda está no Hospital de Base de Vitória da Conquista. Agora, o que pode ser feito é o que justamente a Defensoria [Pública] já fez, que é requerer ao juiz que determine ou a prisão do seu secretário, porque está, realmente, em flagrante descumprimento de uma ordem judicial, ou o arresto das contas do Estado, para que esse pagamento seja feito em hospital particular, por um médico particular. E também a cobrança da multa, que ele tem obrigação de pagar porque já está determinado na decisão”, afirma a promotora de Justiça Guiomar Miranda.
A criança está internada há 67 dias mantida em isolamento na UTI pediátrica. A síndrome afeta o funcionamento dos rins e o tratamento não é feito na Bahia. “A gente busca, corre atrás deles, porém quem conversa com a gente são os médicos. Os médicos vêm conversar com a gente, estão sendo parceiros da gente. O hospital, infelizmente, está deixando o caso até meio de lado”, afirma o pai, Glauber Mendes. “A gente já foi em Ministério [Público], já foi em Defensoria. Estamos rodando e, por enquanto, dando voltas”, lamenta a mãe, Daniela Viana.
De acordo com a diretora do hospital, Marilene Ferraz, a transferência da menina depende de vaga no Hospital das Clínicas em São Paulo. Ela disse que a criança continua na UTI, com o quadro de saúde dela estável. A Sesab disse, por telefone, que Ana Cecília foi incluída numa lista de regulação nacional e que aguarda surgimento de uma vaga em hospital especializado em São Paulo.
Fonte: G1, com informações da TV Sudoeste