Na zona rural de Vitória da Conquista a estiagem é motivo de preocupação. Grupo foi formado para atender pedidos de aberturas de cisternas.
Para alguns, a estiagem provocada pela seca trouxe oportunidades de emprego na região de Vitória da Conquista. José Márcio estava desempregado há quatro meses. Por conta da seca que atinge a região, ele formou um grupo e começou abrir cisternas na região.
“Começamos abrindo cisternas, aí foi surgindo empregos e surgindo outras cisternas para fazermos. Todo dia chega um novo pedido”, comentou José Mário. “Foi uma oportunidade boa. Fizemos nossa equipe”, disse Petrúcio Santos.
Na zona rural de Vitória da Conquista a estiagem é motivo de preocupação. A produção de rosas caiu 30%. O local é rico em água, mas o brejo localizado na comunidade e utilizado para irrigação está quase seco. Como a produção precisa de muita água o produtor pensou que fosse perder tudo.
“Nós só estávamos molhando a metade do que devia molhar. Então fiquei assombrado, inclusive procurei fazer mais algumas cisternas no intuito de não perdermos as plantas”, disse o produtor Paulo Brito.
“Estamos tentando nos reunir para lavar roupa, para diminuir o tempo no banho e organizar mais a casa para diminuir o consumo de água”, explica a auxiliar administrativa Maurina Souza.
O momento ainda é de racionamento. A Barragem de Água Fria II que abastece Vitória da Conquista continua com o nível abaixo do normal. Na cidade os moradores já mudaram os hábitos. Em um conjunto de casas no bairro Brasil, um dos mais populosos de Vitória da Conquista, a água deve faltar nesse fim de semana. “É o único dia que nós temos para poder lavar roupa, lavar a casa, então é muito complicado”, comentou o barman Rafael Sales.
Seca
Já chega a 238 o número de municípios da Bahia em situação de emergência por causa da seca. Além dos prejuízos para as lavouras e a produção econômica do estado, a festa de São João 2012, um dos festejos mais tradicionais do estado, está comprometida em 37 dos 417 municípios baianos, segundo informou na quinta-feira (10) a União dos Municípios da Bahia (UPB). Vinte cidades baianas cancelaram o evento e 17 reduziram a programação dos festejos, de acordo com a UPB. Até agora, 223 municípios do estado decretaram situação de emergência.
Prejuízos de R$100 milhões
O governo da Bahia, através do Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícula, calcula que os prejuízos com a seca no estado até hoje cheguem a quase R$ 100 milhões. As pastagens secas castigam praticamente todo o rebanho de caprinos, o maior do país com 15 milhões de cabeças. A produção leiteira também sofre.
No norte do estado, uma das regiões mais atingidas, os produtores de feijão lamentam as perdas. “Todo ano a gente colhe em um hectar seis a oitos sacos de caroços. Esse ano está desse jeito”, disse um agricultor.
Os números são da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Segundo o órgão, o prejuízo no estado com a seca pode chegar a um bilhão de reais nos próximos sessenta dias, caso o cenário atual não mude. Os setores mais atingidos pela seca, ainda de acordo com a EBDA, são o da pecuária. Até agora, houve um déficit de cerca de R$ 560 mil por causa da morte de bovinos e de aproximadamente R$ 302 mil com a redução do peso do gado. Os prejuízos com a redução na produção de leite no estado passa dos R$ 100 mil.
Fonte : G1 da Bahia