Conjugalidade

“Disse então o homem: Esta, sim, é osso dos meus ossos e carne da minha carne! Ela será chamada mulher, porque do homem foi tirada.” (Gênesis 2.23)

ConjugalidadeApós criar a mulher, Deus apresentou-a ao homem, diz a narrativa da criação. Ele simplesmente a trouxe a Adão. O texto não inclui orientações sobre como ele deveria agir. Criados à semelhança de Deus, homem e mulher seriam capazes de estabelecer uma relação saudável. Instruções não eram necessárias. A mulher, feita da mesma essência do homem, era capaz de falar sobre si mesma, assim como o homem era. E foram belas as palavras ditas por Adão a respeito de Eva. Ele olha para Eva e diz que ela é tão valiosa e especial quanto ele próprio. Ela não é inferior. É como ele. Ele a reconhece como alguém capaz de corresponder. Ela não é um objeto para seu prazer ou para o serviço. Adão sente-se conectado a Eva. Ele a reconhece como sua companheira de existência. Esse é um aspecto muito importante na relação humana e especialmente na conjugal: o reconhecimento do lugar do outro em nossa vida e de seu valor.

A conjugalidade é como a amizade. Conhecemos muitas pessoas, mas não somos amigos de todas as pessoas que conhecemos. É preciso uma sintonia de alma para que a amizade aconteça. Como a amizade, a conjugalidade exige essa sintonia. E como a amizade, a conjugalidade exige investimento para se fortalecer. Na amizade, assim como na conjugalidade, as atitudes contam. As atitudes erradas podem destruir a amizade. É assim também na conjugalidade. Amigos não tem o direito de abusar dos amigos, não tem o direito de ofender. Alias, se há amizade de fato, há respeito, há cuidado, há bons tratos. Com a conjugalidade não é diferente. Cônjuges não tem passe livre para destratar, desrespeitar, ofender e muito menos agredir. Estar casado pressupõe tratar com amor e respeito. Quem está casado não tem o direito de abusar e nem a obrigação de suportar abusos.

Somos um país com números lamentáveis quando se fala de violência doméstica. Parece que tem crescido a agressão entre namorados. Adolescentes matam as namoradas porque elas terminam o relacionamento. Em tudo isso vemos uma atitude bem diferente da que teve Adão. Mas não é preciso agredir fisicamente para desrespeitar. E nem é preciso fazer sexo com outra pessoa para se ser infiel. E agressão e a infidelidade têm diversas formas. Homens e mulheres podem ser abusadores e serem infiéis. Como cristãos devemos agir com retidão. Nossa comunhão com Deus deve se revelar no respeito e amor em nossos relacionamentos, especialmente o conjugal. A sacralidade do casamento decorre da sacralidade da vida humana, por isso o casamento não deve ser uma prisão na qual uma pessoa se sinta condenada a ficar, incondicionalmente. Por outro lado, como cristãos, temos o dever de olhar o próximo, especialmente o cônjuge, com admiração, respeito e amor. E assim fortalecer amizades e tornar inquebrável a aliança conjugal.

 

ucs

 

 

 

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