Confira empresas que deixaram a Rússia após início da guerra

Confira empresas que deixaram a Rússia após início da guerra
Confira empresas que deixaram a Rússia após início da guerra. Foto: Reprodução

A lista de empresas que deixaram a Rússia só cresce desde a semana passada, quando o país invadiu a Ucrânia, dando início ao maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.

Algumas delas, como as gigantes do setor de petróleo, acompanham o cerco colocado pelo Ocidente através de sanções à economia russa, à medida que retiram suas participações em negócios locais. Outras, como é o caso das montadoras, preferiram, por ora, suspender operações, à espera da resolução do conflito.

Debandada das petroleiras

A ExxonMobil disse na terça-feira, 02 de março, que vai deixar seu último projeto de petróleo e gás na Rússia e não investirá em novos empreendimentos no país, rico em reservas petroleiras.

“A ExxonMobil apoia o povo da Ucrânia enquanto buscam defender sua liberdade e determinar seu próprio futuro como nação”, disse a empresa em comunicado. “Deploramos a ação militar da Rússia que viola a integridade territorial da Ucrânia e põe o povo em perigo.”

Na segunda-feira, 28 de fevereiro, duas outras gigantes do petróleo Equinor e Shell anunciaram o fim de suas parcerias de capital com empresas russas do setor.

No caso da anglo-holandesa Shell, a companhia informou em comunicado que deixará seu principal negócio de GNL Sakhalin 2, no qual detém uma participação de 27,5%, e que é 50% de propriedade e operada pela gigante russa de gás Gazprom.

A Shell diz que o Sakhalin-2 fornece cerca de 4% do atual mercado mundial de GNL.

Já a empresa norueguesa de energia Equinor disse que iria interromper seus investimentos na Rússia e iniciar o processo de saída de joint ventures, por considerar sua situação atual no país “insustentável”.

Em comunicado a Equinor disse que está na Rússia há mais de 30 anos, com um acordo de cooperação celebrado com a petrolífera russa Rosneft em 2012. A companhia norueguesa tem cerca de 70 funcionários no país, onde produz cerca de 25 mil barris de óleo por dia.

As decisões das empresas vieram um dia depois do anúncio da gigante britânica BP, de que deixará sua participação de quase 20% na petrolífera russa Rosneft. Esse movimento pode custar à empresa britânica mais de US$ 25 bilhões.

Aéreas

A Embraer anunciou na quarta-feira, 02 de março, que, diante das sanções aplicadas à Rússia, suspendeu serviços de manutenção e venda de peças para clientes russos. A medida segue idêntica decisão das concorrentes Airbus e Boeing.

Na Rússia, a S7, a segunda maior aérea do país, usa modelos Embraer 170 nas rotas regionais. “A Embraer está monitorando de perto a evolução da ação e vem cumprindo, e continuará cumprindo, as sanções internacionais impostas à Rússia e a certas regiões da Ucrânia”, cita comunicado.

Também na quarta-feira, a Airbus disse que parou de enviar peças para a Rússia e de apoiar as companhias aéreas russas, mas está analisando se seu centro de engenharia em Moscou pode continuar prestando serviços a clientes locais sob sanções ocidentais.

“A Airbus suspendeu os serviços de suporte às companhias aéreas russas, bem como o fornecimento de peças de reposição para o país”, disse um porta-voz em nota.

“O Centro de Engenharia da Airbus na Rússia (ECAR) suspendeu todas as suas operações para a Airbus em linha com as sanções”, disse o comunicado.

“Em relação aos serviços de engenharia que a ECAR fornece a seus clientes russos, a empresa está analisando as sanções de controle de exportação para determinar se essa atividade pode ser mantida”, disse a Airbus, acrescentando que obedece a todas as leis aplicáveis.

O Centro de Engenharia da Airbus na Rússia foi criado em 2003 sob uma joint venture entre a Airbus, Systema Invest e o grupo Kaskol e emprega 200 engenheiros russos, segundo o site da empresa.

Já a fabricante de aviões norte-americana Boeing Co disse nesta terça-feira que está suspendendo os setores de peças, manutenção e suporte técnico para companhias aéreas russas, bem como grandes operações em Moscou.

“À medida que o conflito continua, nossas equipes estão focadas em garantir a segurança de nossos companheiros de equipe na região”, disse um porta-voz da Boeing.

O anúncio veio um dia depois que a Boeing disse que havia pausado as operações em seu campus de treinamento de Moscou e fechado temporariamente seu escritório em Kiev.

Apple

A Apple disse na terça-feira, 1º de março, que interrompeu todas as vendas de produtos na Rússia em resposta à invasão russa da Ucrânia.

“Estamos profundamente preocupados com a invasão russa da Ucrânia e estamos com todas as pessoas que estão sofrendo como resultado da violência”, disse a Apple em comunicado.

Adidas

A empresa alemã de roupas esportivas Adidas suspendeu sua parceria com a Federação Russa de Futebol (RFS) com efeito imediato, disse um porta-voz da empresa na terça-feira.

O porta-voz não deu detalhes adicionais.

A decisão está alinhada com uma série de decisões tomadas por órgãos esportivos para cortar laços com órgãos ou empresas afiliadas à Rússia após a guerra na Ucrânia.

Visa e Mastercard

As empresas de cartões de pagamento dos EUA Visa e Mastercard bloquearam várias instituições financeiras russas de sua rede, cumprindo as sanções do governo impostas pela invasão da Ucrânia por Moscou.

A Visa disse na segunda-feira (28) que está tomando medidas imediatas para garantir o cumprimento das sanções aplicáveis, acrescentando que doará US$ 2 milhões para ajuda humanitária. A Mastercard também prometeu contribuir com US$ 2 milhões.

“Continuaremos a trabalhar com os reguladores nos próximos dias para cumprir totalmente nossas obrigações de conformidade à medida que evoluem”, disse a Mastercard em comunicado separado na segunda-feira.

Montadoras

A Volkswagen disse nesta quinta-feira que está parando a produção de veículos na Rússia e vai suspender as exportações para o mercado russo. “O Grupo Volkswagen recebeu as notícias sobre a guerra na Ucrânia com grande consternação e choque. A Volkswagen continua esperando o fim das hostilidades e um retorno à diplomacia. Estamos convencidos de que uma solução sustentável para o conflito só pode ser encontrada com base no direito internacional”, disse a montadora.

Na terça-feira, a Ford anunciou a suspensão de suas operações na Rússia, com efeito imediato. A montadora tem uma participação de 50% na Ford Sollers, uma joint venture entre a montadora americana e a russa Sollers.

“Dada a situação, informamos hoje nossos parceiros JV que estamos suspendendo nossas operações na Rússia, com efeito imediato, até novo aviso”, disse a empresa em seu comunicado.

Também nesta terça-feira, a Harley-Davidson disse que suspendeu seus negócios e remessas de suas motos para a Rússia, onde as concessionárias da marca representam apenas uma pequena parte de sua rede.

O site da Harley diz que a companhia tem 369 concessionárias na União Europeia, seu segundo maior mercado depois dos Estados Unidos, Na Rússia, esse número deve ser de cerca de 10.

A inglesa Jaguar Land Rover também anunciou nesta terça a interrupção das entregas de carros para o país devido ao conflito.

Na véspera, a montadora alemã Daimler Trucks disse que congelaria suas atividades comerciais na Rússia com efeito imediato, incluindo sua cooperação com a fabricante de caminhões russa Kamaz. Não serão construídos mais caminhões sob a parceria conjunta da Daimler com a Kamaz e não serão fornecidos mais componentes, disse o grupo em um memorando interno visto pela Reuters.

“Nossa cooperação com a Kamaz é de natureza puramente civil e só foi concluída com esse foco”, disse o memorando.

“Nesta cooperação, não é preciso dizer que sempre cumprimos rigorosamente todas as regulamentações de controle e sanções de exportação aplicáveis”, acrescentou.

A Daimler Truck disse estar profundamente chocada com a violência militar na Ucrânia e disse que está monitorando a situação de perto. “Vamos cumprir todas as medidas tomadas pelo governo alemão e pela UE”, disse no Twitter.

Também na segunda-feira, a montadora sueca Volvo Cars disse que suspenderá as remessas de carros para o mercado russo até novo aviso. Em um comunicado, a empresa disse que tomou a decisão por causa de “riscos potenciais associados ao comércio de material com a Rússia, incluindo as sanções impostas pela UE e pelos EUA”.

“A Volvo Cars não entregará nenhum carro ao mercado russo até novo aviso”, disse a empresa.

Um porta-voz da Volvo disse que a montadora exporta veículos para a Rússia a partir de fábricas na Suécia, China e Estados Unidos. A Volvo vendeu cerca de 9.000 carros na Rússia em 2021, com base em dados do setor.

Grupo Mercedes-Benz também está analisando opções legais para alienar sua participação de 15% na Kamaz o mais rápido possível, informou o jornal Handelsblatt.

Um porta-voz da Mercedes disse à Reuters que as atividades comerciais teriam que ser reavaliadas à luz dos eventos atuais.

General Motors, com sede em Detroit, anunciou na sexta-feira (25) que está interrompendo todas as exportações para o país que atualmente está invadindo a vizinha Ucrânia.

Cortar as exportações para a Rússia não será muito caro para a GM, no entanto. A GM vende apenas cerca de 3.000 veículos por ano na Rússia através de 16 revendedores locais, de acordo com um porta-voz da companhia. Isso é de mais de 6 milhões de veículos que a empresa vende anualmente em todo o mundo.

A GM atualmente não tem fábricas na Rússia, então a maioria dos veículos que vende lá é importada de fábricas dos EUA, enquanto alguns são trazidos da Coreia do Sul.

No mesmo dia, a montadora francesa Renault informou que vai suspender temporariamente as operações de sua fábrica de montagem de automóveis em Moscou na próxima semana, devido à “mudança forçada nas rotas logísticas existentes” que estão causando escassez de componentes.

A interrupção valerá entre 28 de fevereiro a 5 de março, segundo a empresas, que acrescentou que está analisando opções para retomar as operações o mais rápido possível.

A fabricante de pneus finlandesa Nokian Tires disse na sexta que está transferindo a produção de algumas de suas principais linhas de produtos da Rússia para a Finlândia e os Estados Unidos para se preparar para possíveis sanções adicionais após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

Enquanto opera sua fábrica perto de São Petersburgo com capacidade total, a Nokian começou a transportar pneus da Rússia para armazéns mais próximos de seus clientes, disse um porta-voz à Reuters

Outras empresas

Na quinta-feira, trader global de commodities agrícolas Bunge anunciou o fechamento dos escritórios da empresa na Ucrânia e suspendeu temporariamente as operações em duas instalações de processamento de oleaginosas em Nikolaev e Dnipro.

A Bunge emprega mais de 1.000 pessoas no país e também possui e opera elevadores de grãos e um terminal de exportação na Ucrânia, disse a empresa. Além disso, opera uma planta de processamento de milho por meio de uma joint venture.

A comerciante de commodities agrícolas norte-americana Archer-Daniels-Midland Co também disse nesta quinta-feira que fechou suas instalações na Ucrânia, incluindo uma planta de esmagamento de oleaginosas e um terminal de exportação de grãos.

A ADM opera um terminal portuário de grãos em Odessa, uma planta de esmagamento de oleaginosas em Chornomorsk, cinco silos no interior e um no rio, e um escritório comercial em Kiev, empregando mais de 630 pessoas, segundo seu site.

Também engordam a lista a Carlsberg, a Coca-Cola HBC, empresa de engarrafamento da Coca-Cola, a fabricante de salgadinhos Mondelez — que vende os biscoitos Oreo e chocolates Milka — e a fabricante de aço ArcelorMittal.

Fonte: CNN Brasil

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