Confiando num Deus calado

“Mas, se fosse comigo, eu apelaria para Deus; apresentaria a ele a minha causa. Ele realiza maravilhas insondáveis, milagres que não se pode contar.” (Jó 5.8-9)

Ainda estamos ouvindo as falas do amigo de Jó, Elifaz. Ele está “dando um dura” no amigo sofrido. O que está dizendo faz muito sentido. Afinal, Deus ouve orações e realiza maravilhas. Mas, como era o caso de Jó, acontece também de Deus ficar calado, nada fazer. Elifaz ignorava completamente esta face de Deus. Ninguém sabe tudo sobre Deus! E o drama de Jó é de uma profundidade sem medida. O inferno e o céu estão envolvidos. Elifaz achava que Jó precisava fazer alguma coisa que ainda não havia feito. Mas não havia nada a ser feito, senão ficar nas Mãos de Deus. Um Deus calado.

Elifaz não consegue entender que Jó já havia apelado para Deus, pois para ele Deus sempre fala. Se não falou é porque não foi requisitado. Mas Jó estava muito mais adiantado no “manual cristão de como enfrentar problemas”. Ele havia se resignado, havia adorado em meio às perdas e declarado o direito de Deus fazer o que desejasse. “Deus deu, Deus tirou; louvado seja o nome de Deus”. Usou de uma sensatez sobre humana. Mas nada estava funcionando e ele já estava completamente esgotado. Usando a própria lógica de Elifaz, já era para Deus ter respondido. Mas, nada. O silêncio de Deus é o mais duro silêncio do universo.

Elifaz estava enganado sobre a vida e sobre Deus. Deus nem sempre responde, ou pelo menos não como gostaríamos. Deus tem seu próprio jeito. Deus faz o que entende que deve fazer. Ele é perfeito no que faz. Nem sempre concordaremos ou entenderemos, mas jamais corremos risco com Ele, embora possamos sofrer. Jó está sob o olhar de Deus e precisa apenas continuar esperando por Deus. Não é fácil esperar em meio a dor e crer em meio ao silêncio de Deus. Oh Deus, ajuda-nos se precisarmos fazer isso pois não somos tão bons quanto Jó, e o Senhor sabe disso! Pois há algo de que não devemos nos esquecer: mesmo calado, Deus é confiável!

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