“Não trago soluções, respostas prontas. Venho abrir uma grande discussão, um grande debate, buscando o diagnóstico da situação regional e formas de solucioná-las”. (Secretário Zezéu Ribeiro, respondendo uma questão da platéia da palestra da ZEE na Câmara Municipal).
A presença do secretário de Planejamento da Bahia, Zezéu Ribeiro, em Teixeira de Freitas foi um instante de entendimento do que é a ZEE (Zoneamento Ecológico e Econômico do Extremo Sul da Bahia). A iniciativa do encontro, que reuniu empresários, políticos e populares no Salão Nobre da Câmara Municipal e aconteceu no dia 24 de fevereiro, foi da SUDIC, Gerência de Teixeira de Freitas. Com início às 20 horas, podia-se notar no salão a presença de representantes das principais entidades empresariais da cidade (ACE, João Silotti; SINCOMERCIO, Fernando Becevelli e CDL, Nivaldo Barros), políticos de todo Extremo Sul e representantes de entidades sociais. O encontro começou com a formação da mesa, composta pelo secretário de Planejamento, Zezéu Ribeiro; pelo gerente Regional da SUDIC, Elias Amorim; pelo major Ozires, comandante do 13º Batalhão; pelo tenente Coronel Bartolomeu Calheiros, diretor do Conjunto Penal de Teixeira de Freitas; pelo vereador Henrique Gonsalves (PT); pelo vereador Edinaldo Resende (PT); pelo Fernando Becevelli, representante do SINCOMERCIO, e pelo empresário Nivaldo Barros, representante CDL.
AS FALAS DOS COMPONENTES DA MESA
Na sequência, os componentes da mesa falaram, saudando a presença do secretário Zezéu Ribeiro. Todos foram unânimes em frisar a importância da reunião, principalmente para definir e esclarecer aspectos do Zoneamento Ecológico e Econômico do Extremo Sul e os benefícios que esse Zoneamento poderá trazer para tais atividades na região.
FALA DO GERENTE DA SUDIC
Após a fala dos componentes da mesa, essa foi desfeita, permanecendo ali o gerente Regional da SUDIC, Elias Amorim, e o secretário Zezéu Ribeiro. Imediatamente, o gerente Regional da SUDIC se dirigiu ao público presente e enfatizou a responsabilidade dessa instituição na vinda do secretário e a importância de um claro entendimento sobre o ZEE do Extremo Sul. Desse entendimento, frisou Elias, dependerá o elencamento de medidas para o desenvolvimento regional e combate efetivo de nossas principais mazelas ecológicas e econômicas.
A PALESTRA DO SECRETÁRIO
O momento mais esperado da noite foi a palestra do secretário Zezéu Ribeiro sobre o ZEE. Por cerca de 40 minutos, o secretário, de maneira clara e direta, falou sobre a realidade e as possibilidades empresariais do Extremo Sul e dos equipamentos que serão criados pelo Governo do Estado, a partir dos diagnósticos das principais necessidades da área. O secretário foi enfático em destacar que um equipamento essencial já está em plena implantação: a Universidade Federal do Extremo Sul da Bahia, que terá campi em Porto Seguro, Teixeira de Freitas e Itabuna. “É preciso, agora que a implantação do campus é uma realidade, definir os cursos que para cá virão. A presença da Universidade na região será um fator de mudança de nossa realidade: essa é a função da Academia – modificar, para melhor, a vida da comunidade”, enfatizou.
OS DEBATES
Depois da palestra do secretário Zezéu, abriu-se o debate para a platéia. Várias questões foram levantadas pelos debatedores, a maioria cobrando urgência na implantação de medidas que contemplem as principais mazelas que empatam o desenvolvimento regional. Todas as questões colocadas foram respondidas pelo secretário, que louvou a grande preocupação social dos debatedores.
ENCERRAMENTO
Após o debate, que se estendeu até depois das 23h, o secretário Zezéu Ribeiro e o gerente da SUDIC, Elias Amorim, encerraram o encontro. Pelos comentários, ficou nos presentes uma impressão bastante positiva de uma palestra segura e prática, com propostas viáveis e a esperançosa e essencial participação da comunidade para o tema preponderante de Desenvolvimento Sustentável.
Entrevista de João Bosco Bittencourt
O presidente do PT de Teixeira de Freitas e pré-candidato a candidato à prefeitura teixeirense, esteve na palestra de Zezéu Ribeiro e participou do debate após a fala do secretário. João Bosco mostrou extrema preocupação com os rumos do município, mas não deixou de evidenciar que Teixeira, a cada dia, se torna uma cidade mais politizada e exigente dos seus governantes. Governar essa cidade não admite amadorismo nem atitudes isolacionistas, é uma conclusão do médico. Falando á reportagem, ele assim se manifestou:
REPÓRTER: Dr. João Bosco, como o senhor enxergou esse encontro aqui na Câmara Municipal, envolvendo o secretário e a comunidade para discutir um tema tão importante como o ZEE?
DR. JOÃO BOSCO: Esse momento serviu para consolidar a visão que tenho da comunidade teixeirense. Esta é uma cidade politizada, que tem rumo e sabe o que quer. A palestra teve uma importância imensa, pois abordou vários aspectos da sustentabilidade, do zoneamento ecológico e econômico, tudo com muita propriedade. Percebemos que as pessoas que estiveram aqui hoje se interessaram e participaram do debate, sem arredar pé, em uma atividade que durou mais de 3 horas. A atividade também serviu para confirmar a capacidade do Secretário Zezéu Ribeiro, entendendo a sua brilhante atuação no governo estadual e sua grande influência a nível federal. Ele mostrou ter uma visão muito ampla, universal mesmo, do desenvolvimento sustentado, o que nos anima a pensar a Bahia inserida efetivamente no contexto do desenvolvimento atual do Brasil, olhando pra si mesma como participante do resto do país e do mundo.
REPÓRTER: Então o senhor se anima com o atual e com o futuro momento de Teixeira de Freitas?
DR. JOÃO BOSCO: “Eu não tenho dúvidas de que a cidade conhece os seus caminhos e vai construir, dia a dia, o seu futuro. Hoje, aqui foi mostrado que a cidade está efetivamente nesse processo de construção. É preciso, nesse contexto, que trabalhemos junto com o governo do Estado, mostrando nossas necessidades, cobrando soluções e nos apresentando, enquanto comunidade, como realizadores e empreendedores, para que tenhamos uma região mais humana e voltada para o bem estar de seus filhos. Não é projeto do governo Jaques Wagner, do governo do PT, trazer nada pronto e impor ao povo goela abaixo. As palavras do Secretário foram claras: a comunidade deve construir a sua história, participando da realização dos feitos políticos e administrativos. É claro que nessa caminhada, alguns segmentos da economia estão mais avançados e conseguem dar passos mais largos. O papel do governo é o de funcionar dando condições aos setores menos organizados para que se organizem e ocupem seu lugar em pé de igualdade com outros setores da economia nacional. Precisamos trabalhar para inserir Teixeira de Freitas nesse contexto e vimos aqui que a comunidade tem consciência disso”.
ENTREVISTA COM O GERENTE REGIONAL DA SUDIC, DR. ELIAS AMORIM
A SUDIC (Superintendência de Desenvolvimento da Indústria e Comércio) foi a entidade que organizou a palestra do secretário Zezéu Ribeiro. O Dr. Elias Amorim e sua equipe se esmeraram para que tudo desse certo. Depois do evento, o Gerente Regional da SUDIC fez a sua avaliação:
REPÓRTER: Dr. Elias, qual foi a sua avaliação do evento?
DR. ELIAS AMORIM: “A minha avaliação é extremamente positiva. O que mais me surpreendeu foi a seletividade da platéia, não no sentido social, mas no sentido de participação no debate. A discussão foi definitivamente proveitosa e deixa uma base sólida para que a região siga em frente, dimensionando seu desenvolvimento ecológico e econômico. O papel da SUDIC, como organizadora do evento, foi criar condições para que o público se fizesse presente e isso aconteceu. Estamos muito satisfeitos”.
ENTREVISTA COM ZEZÉU RIBEIRO
O secretário Zezéu Ribeiro, do Planejamento, reúne em sua figura uma sólida formação humanística ao lado de conhecimentos técnicos da mais alta qualidade. Isso o torna um os mais bem avaliados secretários do governo Jaques Wagner e mostra um executivo com a preocupação básica de propor soluções apenas depois de um amplo debate com as comunidades regionais.
REPÓRTER: Secretário, o que é o ZEE, Zoneamento Ecológico e Econômico do Extremo Sul da Bahia?
ZEZÉU RIBEIRO: “O processo de zoneamento ecológico e econômico visa o reconhecimento das potencialidades na questão ambiental, cultural e social de um, a determinada de uma determinada região, para se ver a possibilidade ecológica e econômica dessa região. Analisar-se-á para o que a região é propícia, qual a sua vocação, como ela será desenvolvida, preservando-se a questão ambiental como um ativo importante para esse desenvolvimento. É importante notar que esse projeto só será viável e terá qualidade se for construído por todos os sujeitos que atuam na região em que for implantado”.
REPÓRTER: O senhor deve participar no sábado, dia 25, de uma reunião similar a essa em Eunápolis. O senhor vai percorrer toda a Bahia, levando a idéia do ZEE?
ZEZÉU RIBEIRO: “A região do Extremo Sul é uma região prioritária para esse projeto. Dividimos o Estado em 3 áreas: aqui no litoral norte, do Baixo Sul ao extremo Sul e Recôncavo. O semi-árido e o cerrado completam tal demarcação”.
REPÓRTER: Esse ZEE já vem pronto ou será gerado através de discussão com a sociedade?
ZEZÉU RIBEIRO: “Será gerada da discussão com a sociedade, como está sendo feito aqui. O governo tem diretrizes, tem política de desenvolvimento sustentável e vai cotejar isso com os anseios da região”.
REPÓRTER: O senhor não teme que essa implantação fique no campo teórico apenas?
ZEZÉU RIBEIRO: “Nós vamos trabalhar com escala de prioridade de 0 a 100 nessa questão da implantação de projetos. Essa escala de prioridades nos será ditada pela comunidade. Se você vai trabalhar a questão ambiental, a escala é uma, pois as prioridades estão bem levantadas. Uma outra questão que não avançou tanto será avaliada em outra escala. Do ZEE ao macro zoneamento, você parte para o plano de desenvolvimento sustentável. Esse plano você elabora com os planos mestres de cada região, configurando então o espaço de desenvolvimento da Bahia, fazendo o nosso estado olhar para si mesmo e se relacionar com o resto do Brasil e com o mundo”.
REPÓRTER: Qual a importância da universidade Federal do Extremo Sul nesse processo?
ZEZÉU RIBEIRO: “Essencial. A Universidade é sempre um referencial para o espaço que ela vive, um referencial transformador. Se assim não for, a Universidade não terá vitalidade e não cumprirá sua função integral. Uma Instituição de Ensino Superior deve atuar com a comunidade, participando de sua transformação para melhor. A Universidade é um vetor de capacitação para que essa transformação aconteça e deve conhecer profundamente a realidade social da região em que atua. Colocando-se nesse perfil, é evidente a sua importância dentro do processo de ZEE a ser implantado”.