Como Jesus, não somos do mundo!

“Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso o mundo não nos conhece; porque não o conhece a ele.” (1 João 3.1)

Cresci ouvindo muitas vezes a expressão “não somos deste mundo”. E por ela ensinaram-me a viver em conflito comigo mesmo, a estranhar meus amigos de fora da igreja, a acreditar que nada tinha a ver com eles e que nem mesmo poderíamos ser amigos de verdade. O “mundo” tomou proporções gigantescas em minha vida e incluiu quase tudo que não fazia parte do círculo e da agenda da igreja. A liberdade do Evangelho passou a significar prisão para mim. E, tentando ser bom aos olhos de Deus, muitas vezes revelava-me mau para as pessoas, incapaz de lhes mostrar aceitação e amor. Por fim, comecei a entender que, na verdade, não estava vivendo o Evangelho, mas um outro evangelho, conforme Paulo escreveu na carta Aos Gálatas (Gl 1.6).

Aí comecei a compreender de uma outra forma o “mundo” e o significado de “não ser deste mundo”. Quando somos feitos filhos de Deus pelo Filho de Deus, a vida de Deus começa a fluir em nossas veias! O que quero dizer é que começamos a receber uma nova compreensão do que seja a vida. Somos desafiados a nos deixar amar incondicionalmente por Deus e a, com Ele, aprender a amar uns aos outros. E, em amor, vamos sendo aperfeiçoados. Quanto mais amamos a Deus e ao próximo, mais somos santificados. Uma santidade que não nos afasta do mundo, mas nos envia a ele como bons exemplos de como viver no mundo. Uma santidade que restaura a humanidade perdida pelo domínio do pecado, pelo desencontro com a vontade de Deus. Descobri que o Evangelho não nos faz anjos, mas seres humanos. “Mas como? Jesus mesmo disse sobre os discípulos: eles não são do mundo como eu não sou do mundo!”, poderia alguém argumentar.

Isso mesmo! Como Jesus não era do mundo, nele passamos a não ser. Mas isso não significa excluir-se, distanciar-se. Jesus viveu intensamente Sua humanidade e frequentou a casa de publicanos e pecadores. Ele preocupou-se com os marginalizados, as mulheres e as crianças. Ele viveu no mundo segundo a vontade do Pai. Num mundo sem amor, Ele amou até o fim. Num mundo sem misericórdia, Ele foi misericordioso. Num mundo dependente do ter, ele nada possuiu. Num mundo ávido por poder, Ele escolheu servir. O mundo não o conheceu. Não compreendeu Seu modo de vida, pois era oposto ao modo predominante. É assim que não somos do mundo. É assim que devemos não ser do mundo. E dessa forma, de dentro do mundo, em meio ao mundo, podermos manifestar a nova vida que recebemos de Deus. Tudo por causa do grande amor que nos fez filhos de Deus. Para que, como Jesus, sejamos dádivas para o mundo!

 

ucs

 

 

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