Comerciantes expressam indignação por feira itinerante

Comerciantes expressam indignação por feira itinerante
Presidente da CDL, Jadilson Moraes, diz que comerciantes podem vir a ter reações intempestivas
*Pedro Ivo Rodrigues

Organizadores da Fenacouro obtiveram liminar na Justiça que permite realização da feira em Porto Seguro. Presidente da CDL diz que está preocupado com uma eventual reação indevida por parte dos empresários locais, que temem perdas na alta temporada

Lojistas de Porto Seguro estão preocupados com a possibilidade de realização da Fenacouro, uma feira itinerante que costuma ocorrer em diversos municípios em épocas como os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, período de maior movimento de turistas em algumas cidades. Para a categoria, esse tipo de feira seria uma forma desleal de concorrência, uma vez que não gera tributos para o município, não gera empregos e supostamente oferece ao cliente mercadorias de qualidade suspeita.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas – CDL- de Porto Seguro, Jadilson Moraes, destaca que o comércio local aguarda com grande expectativa o período e que a frustração ocasionada por esse tipo de concorrência provoca revolta. “É a época do ano em que os proprietários desses estabelecimentos podem colocar ou tentar colocar seus compromissos em dia, considerando que dezembro é um mês muito importante, já que os empresários têm que pagar o 13º dos seus funcionários. Quanto á feira, esses aproveitadores saem de suas cidades, distantes de Porto Seguro, onde estão parados, para vir para cá lucrar na melhor época do ano, sem trazer nenhum benefício para nossa sociedade”, enfatizou, salientando que em 2009, a entidade mobilizou a prefeitura, tendo o prefeito Gilberto Abade se mostrado sensível aos apelos dos comerciantes do município. “O prefeito tomou todas as providências para impedir que a feira fosse realizada, iniciativa que foi bem sucedida, pois eles (da Fenacouro) desmontaram as suas barracas e foram embora. Este ano, a CDL enviou, no dia 26/10, o Ofício Nº. 25/2010, protocolado nas mãos do gestor municipal no mesmo dia, solicitando que as medidas adotadas no ano anterior fossem novamente postas em prática. O prefeito me garantiu que não permitiria que nenhuma feira itinerante fosse feita em nossa cidade. Entretanto os organizadores da Fenacouro obtiveram uma liminar expedida pelo juiz Roberto Costa de Freitas Júnior, no dia 17/12, que garante a promoção da feira em Porto Seguro”, informou Jadilson, ressaltando que no dia 20 do corrente mês, ele pessoalmente saiu num carro de som e convocou a população para uma assembléia extraordinária, realizada às 17h30minh daquele dia, tanto para os associados quanto para os não associados.

O presidente da CDL afirmou ainda que, em conversa com o procurador do município, Eduardo Cirqueira da Cruz, este lhe garantiu que a prefeitura está empenhada na causa. “O prefeito está 100% em prol do comércio local”, assegura.

Reação dos comerciantes locais

O presidente da CDL disse ainda que a assessoria jurídica da entidade está acompanhando o desenrolar do processo, mas que o desfecho da situação é imprevisível, existindo a possibilidade de atitudes drásticas partirem dos comerciantes locais. “Os lojistas disseram, na assembléia, que aguardarão a decisão da Justiça, mas que, caso esta não seja favorável aos seus interesses, que agirão por outros meios contra a feira. A minha preocupação é que eles se descontrolem e cometam atos indevidos. No entanto me posiciono pela minha classe. Se o comércio local quiser inviabilizar esse evento, contará com o apoio da CDL, na minha pessoa, Jadilson Moraes, uma vez que julgo ser uma injustiça e uma afronta por parte desses aventureiros, que saem das suas cidades para virem se locupletar de um direito que não lhes pertence. O comércio de Porto Seguro precisa da oportunidade para aquecer as suas vendas e honrar seus compromissos, tendo em vista as grandes dificuldades experimentadas na baixa temporada. Não podemos permitir que haja uma quebradeira do nosso segmento. Peço os apoios do Porto Seguro Convention Bureau, ABIH, Associação Comercial, Associação dos Taxistas, Maçonaria, comerciários, vereadores e da sociedade civil organizada para impedir esse dano à nossa economia, que já está combalida”, finalizou.

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