Essa procura pelos destinos internos deverá aumentar ainda mais com a chegada da alta estação
Antigamente com poucas unidades, e que evidenciava um alto privilégio financeiro para quem podia utilizar de seus serviços, os resorts têm ganhado um número cada vez maior de visitantes, e, no atual momento, se tornam os mais lucrativos e disputados estabelecimentos de hospedagem do país. É neste cenário de ascendência, que a Bahia entra como um dos principais pontos de convergência para quem deseja uma temporada de veraneio oferecida por essas grandes e modernas opções de lazer turístico.
Segundo dados da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação (FeBHA), no último fim de semana, que contou com o feriado prolongado, por conta do Dia da Independência do Brasil, na segunda-feira, os resorts baianos registraram uma taxa de ocupação de 80% em seus leitos, alcançando uma média melhor do que os hotéis de Salvador, que ficaram a baixo dos 60%.
Essa procura pelos destinos internos deverá aumentar ainda mais com a chegada da alta estação, segundo estima a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav). De acordo com o presidente da seccional baiana da Abav, José Alves, esse crescimento foi motivado sobretudo pela alta do câmbio, que tornou as viagens ao exterior mais caras, motivando esse mesmo público a optar pelas experiências de lazer dentro do país.
De acordo com Alves, o preço médio da diária durante o atual período de média estação – que irá até o fim de novembro – varia de R$ 500 a R$ 700, com valores que também possuem uma leve variação entre dias úteis e fins de semana sem feriados. Já nos feriadões, os resorts costumam trabalhar com pacotes. Para o próximo feriado prolongado no dia 12 de Outubro – Dia das Crianças, que cai numa segunda-feira –, os estabelecimentos do Litoral Norte estão operando com pacotes que variam dos R$ 2.900 a R$ 5.000, para uma família de quatro pessoas.
Os preços parecerem salgados ao primeiro momento, mas uma das grandes vantagens dessa experiência de lazer, é que as ofertas são, em sua maioria, all inclusive. Significa dizer que, além da hospedagem propriamente dita, os resorts dispõem de uma variedade de atrativos de lazer, como parques aquáticos, áreas de jogos e atividades recreativas, além de refeições, e até mesmo festas noturnas que integram um só pacote, sem haver a necessidade de que o hóspede gaste mais ao chegar nas estâncias turísticas.
“Um dos pontos positivos é de que o turista vai ao seu destino já sabendo o valor exato que irá gastar. Os resorts ainda possuem uma grande equipe dos chamados “gentis organizadores”, que ficam responsáveis por atender aos visitantes durante um período de até dez horas por dia. Além disso, a maior parte dos resorts fica em áreas particulares, que favorecem a segurança do local – outro fator que costuma preocupar bastante o consumidor”, explica o presidente de FeBHA, Silvio Pessoa.
E, no aspecto de opções de resort, a Bahia também é privilegiada, pois é o estado que possui o maior número de hotéis do gênero, além de possuir os maiores estabelecimentos em operação no país. Com números que variam entre 700 a 800 leitos, as duas unidades do Iberostar, em Praia do Forte, são os maiores e um dos mais disputados, assim como o Grand Hotel Palladium, em Imbassahy, e como o grupo de resorts em Costa do Sauípe. Mais distante da capital, estabelecimentos como este também podem ser encontrados em Ilhéus e Arraial D’Ajuda – ambos no litoral sul.
Atrativo que conquista o público
A jornalista Tamires Santana relata que teve uma experiência formidável em um dos resorts baianos. Como ela juntou-se a uma amiga, e ainda podia usar de um programa de títulos, os quatro dias de estadia no Hotel Vila Galé, em Guarajuba, saiu a menos de R$ 400 para cada uma. A experiência foi tão positiva que ela rendeu uma nova visita ao estabelecimento do gênero, desta vez em Pernambuco.
“Além da paisagem incrível, com piscinas que ocupam quase toda a extensão do Resort, você encontra inúmeras opções como aulas de dança, festa na piscina, jogos, competições, esportes radicais, festas à noite na boate, shows ao vivo, três ou quatro opções de restaurantes, e o fato de ser All Inclusive. Então a curtição é certa! Você pode tanto usufruir de todo o conforto do Resort, com bebidas e comidas disponíveis durante todo o dia, como pode aproveitar as praias próximas. E à noite não pára, tem festas temáticas, luau, jantar diferenciado nos restaurantes”, relatou.
Porém, mesmo que seja comum à maioria dos hotéis resorts, nem todos eles operam com pacotes all inclusive. E, no caso do Costa dos Coqueiros, localizado em Imbassahy, este também não parece fazer uma grande diferença, já que local costuma, durante todos os fins de semana, registrar 80 a 90% de ocupação em seus 52 cômodos, enquanto que, durante a média estação que já teve início, esse percentual fica entre os 40 a 50%, nos dias úteis.
Localizado em uma das mais privilegiadas áreas do distrito de Mata do São João – no encontro entre e Rio Imbassahy e o mar – o Costa dos Coqueiros opera com diárias entre R$ 230 a R$ 330, durante os dias úteis, e R$ 280 a R$ 400. Os valores, segundo explica a diretora de recursos humanos do local, Sílvia Barros, variam de acordo com a semana e também da opção do hóspede entre estadia com meia pensão e pensão completa – onde a principal diferença reside no número de refeições.
A maioria dos clientes do resort é da capital e região metropolitana, mas segundo a diretora, os turistas estrangeiros, mas especificamente os argentinos, também estão começando a procurar o estabelecimento. Otimista em relação ao sucesso do último feriadão – o hotel alcançou 100% de ocupação nos três dias do fim de semana prolongado –, Silvia estima que o hotel conquiste a mesma eficiência nos meses seguintes.
“Temos conquistado um público cada vez mais abrangente, graças não apenas à localização, mas também ao trabalho de divulgação do hotel, assim como os pacotes promocionais com ofertas relâmpagos que estamos lançando no mercado”, analisa Silvia Barros, positivamente.