COM AS MÃOS CHEIAS, SEMPRE

“Disse Pedro: Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho, isto lhe dou. Em nome de Jesus Cristo, o Nazareno, ande.” (Atos 3.6)

Nas festas anuais dos hebreus, conforme podemos ler em Deuteronômio, havia uma orientação para que todos apresentassem ofertas. A ordem era: “ninguém compareça diante do Senhor de mãos vazias” (Dt 9.6). Cada um deveria trazer uma dádiva representando o que haviam recebido de Deus como benção. Lembrei-me desse ensino ao ler o texto de hoje.

O texto que narra o encontro de Pedro e João com um homem à porta do templo, que lhes pede uma esmola. E eles assim respondem: não temos prata nem ouro, mas o que temos, isso vamos lhe dar: em nome de Jesus Cristo, o Nazarenos, levanta e anda. E o homem foi curado.

Mãos cheias ou vazias? Dependendo do que enche nossas mãos, pode ser que precisemos enfrentar situações diante das quais nossas mãos se revelarão completamente vazias, ainda que cheias. Há situações em que dinheiro, prestígio, fama e poder nada podem. São inúteis. Tudo isso pode ser muito útil em diversos momentos mas, definitivamente, se forem tudo que enche nossas mãos, se forem o que buscamos e a que nos dedicamos, se forem o centro de nossa vida, o que mais importa, a decepção será uma questão de tempo. Essas coisas jamais nos farão alguém capaz de viver de maneira que valha a pena! Elas não deveriam jamais ser um fim para nós, um objetivo primordial ou ocupar o centro de nossa vida.

Por outro lado, podemos estar de mãos vazias. Podemos não ter dinheiro bastante, podemos não ter prestígio, fama ou poder. Podemos ser completos anônimos, desconhecidos. Mas se nossa vida está nas Mãos benditas de Deus, se nossa fé está firmada em Cristo, se nosso coração está sendo levado diariamente ao abrigo do Espírito Santo, quando a vida exigir mais que objetos (e ela sempre exige), veremos nossas mãos cheias. E as coisas que temos se tornarão bençãos, por causa do amor, da bondade e da generosidade agindo em nosso coração.

Quando nossas mãos estão cheias do que realmente importa, temos o bastante para nós e para os outros. Ainda que não tenhamos dinheiro ou poder. Afinal, nem tudo se resolve com dinheiro e poder e, esteja certo, especialmente o que é mais importante e definitivo não se resolve.

Com nossas vidas envolvidas pela presença de Deus teremos amor, fé e esperança para nós e para partilhamos. Se estamos envolvidos pela presença de Deus será assim. Com amor, fé e esperança poderemos enfrentar a vida e até a morte. Poderemos desfrutar vitórias e superar derrotas. Poderemos sempre oferecer algo que produza vida, que traga consolo, que leve ao perdão, à reconciliação, à paz, ainda que pareça a alguém que estejamos de mãos vazias. Pois jamais estaremos!

Se andarmos com Deus, batizados na Trindade, jamais estaremos de mãos vazias. Até quando parecer que nada temos, sempre teremos algo para oferecer. Porque estaremos nas Mãos de Deus. Podemos dar o que dele recebemos e, quanto mais dermos, mais teremos porque mais receberemos.

Nesses tempos difíceis, avalie o que anda ocupando suas mãos. O que há nelas? Encha suas mãos das dádivas amorosas de Deus. Ande sempre com algo eterno nas mãos e passe adiante. Que suas mãos consolem, fortaleçam, levantem, cuidem, curem, acolham, convidem e indiquem o caminho. Que suas mãos estejam sempre cheias e alimentem a muitos. Todos os dias.

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