“Lutemos por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegura o ensejo de trabalho, que dê futuro a juventude e segurança à velhice.” Charlie Chaplin (1889-1977).
A representação da vida social do homem, suas vivências, modos e costumes, no plano cênico ao longo do tempo e das civilizações, ocorria em ambientes os mais diversos até sua organização no teatro como locus preferencial e espaço adequado dessas manifestações.
Por herança grega, o mundo ocidental acolhe este legado, a expressar culturas, tradições e valores, ora como instrumento de crítica social ou lazer, apresentado em espaço apropriado – o teatro -, ora revelador dos sentimentos e visões expostos sob as formas de comédias, tragédias e variações outras do gênero, oferecidos ao público interessado.
In continuum, séculos e séculos adiante, na Roma antiga, pão e circo era a fórmula empregada pelos dominadores não apenas em função dos atos de diversão e lazer, mas, sobretudo, como processo destinado a aplacar a insatisfação do povo romano em suas dificuldades cotidianas, desviando suas atenções para as mazelas constante da realidade de cada momento.
A partir da Grécia, os teatros e sua dramaturgia se espalharam pelo mundo, como sinônimo de cultura e lazer, enquanto Roma a seguir constrói o Coliseu – ambiente mais que representativo da proposta de pão e circo -, em ruínas há séculos, e na realidade atual espaço apenas destinado a visitantes curiosos ou, quem sabe, aos sequiosos por acontecimentos históricos.
Em Pindorama, há “coliseus” modernos aos quais deram o nome de Arenas localizadas nas grandes cidades que concentram milhões de habitantes, onde milhares de pessoas ali desfrutam de um circo armado – a exemplo de Roma-, para o lazer representado não por gladiadores, mas por outros, ditos atletas, que se digladiam o tempo todo -, acredite-se -, por uma bola!
Há, também, um outro aparente “circo” feérico, de cores e sons deslumbrantes, que encanta e remete a fantasia das pessoas para o plano da irrealidade, encenado em espaços privilegiados – sambódromos, praças e ruas -, chamado Carnaval.
Mas, isto não é tudo! Como na Grécia e Roma antigas, em Pindorama há “artistas” travestidos de autoridades, que têm encenado peças dignas de teatro mambembe, autores e atores de imprestáveis dramas, ordinárias comédias e infames tragédias, exemplos que negam os primados da lei e da ordem, e que a sociedade brasileira veementemente repudia.
Quando muito não se pode fazer, faça-se o que estiver ao seu alcance! Participe um pouco mais da vida dos seus (filhos, parentes e amigos) na escola, em sua casa, no trabalho, em qualquer lugar junto a outros, contribuindo assim para que o teatro da vida seja aquele da cidadania mais plural e harmoniosa.
Aliás, não basta ser apenas assistente (da vida, grande teatro!) é necessário ser atuante ator, sujeito das indispensáveis ações transformadoras, fazendo frente às malfadadas tragicomédias e seus autores/personagens, sabidamente desprovidos de um mínimo de moral e seriedade.
Lembre-se, eduque-se e reflita, Pindorama agradece sua participação cidadã!