Coisas mágicas acontecem no lugar que chamamos de céu, mas também ele traz tragédias. A chuva que cai no Rio Grande do Sul não é uma chuva que tamborilha no telhado fino e despeja-se da boca das calhas em jorros apaixonados, é uma grande, imensa tromba d’água por dias, que rompe barragens e inunda de forma histórica ruas e avenidas, deixando ao desabrigo quinze mil pessoas que deixaram para trás tudo: casa e todos os bens materiais, dando graças a Deus por não terem perdido a vida, e matando dezenas delas. Este é o destino dessas vítimas, surpresa tingida de dor. Penso no aquecimento global, que a meta estabelecida de 1,5 graus nos acordos do clima já foi rompida, e esse aquecimento é como um verme que rói nossa vida e a empurra em direção ao caixão. Eu via tudo, ao longo dos anos, sentia tudo; isso estava diante dos meus olhos, não só dos meus, mas da maioria dos que acreditam na ciência. Hoje, espremo minha imaginação para entender este mundo caótico.