Cheios do espírito

“Todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar noutras línguas, conforme o Espírito os capacitava.” (Atos 2.4)

Naquele dia, o dia de Pentecostes, todos ficaram cheios do Espírito Santo. Um dos sinais desse enchimento foi que eles começaram a falar noutras línguas, conforme o texto. De alguma forma esse aspecto tornou-se uma questão teológica para igreja. Como a leitura da sequência da narrativa de Lucas vai demonstrar, não foram línguas de anjos, mas línguas de outras nações. Pois a narrativa de Lucas vai afirma que uma multidão de pessoas de muitas nações – ele chega a dizer que estavam ali pessoas de todas as nações do mundo (v.5) – e essa multidão seria impactada pelo acontecimentos. E foram, ao ouvir aqueles discípulos, todos da Galiléia, falando das maravilhas de Deus na multiplicidade de línguas representada pela multidão. E assim, cada um podia ouvir em sua própria língua materna a proclamação feita por aqueles que foram cheios do Espírito Santo.

Há questões que nos tocam à luz do Pentecostes. Somos herdeiros da fé que possibilita o enchimento com o Espírito Santo. O que seria isso? No Antigo Testamento as narrativas falam do Espírito de Deus se apossando de pessoas e conferindo-lhe habilidades extraordinárias para feitos especiais, como a história de Sansão e de tantos outros. Mas devemos pensar em outras categorias hoje. Devemos pensar num enchimento que indica uma comunhão e sensibilidade que possibilita alinhamento com o coração de Deus. Num enchimento que se define pela influência especial de Deus sobre nós, possibilitando uma experiência singular com a presença de Deus em nossa vida. É possível que inclua habilidades especiais concedidas ou até alguma manifestação sobrenatural. Todavia, o sinal do enchimento do Espírito inegavelmente, sem qualquer sombra de dúvida, é o amor. Um amor que nos lidera no caminho do bem, da vida, da santidade.

O enchimento do Espírito acelera em nós a conformação de nossa vida à vida de Cristo. Leia os Evangelhos e veja como foi a vida de Cristo. Nossa transformação segundo a imagem de Cristo é o que poderíamos chamar de santificação por excelência. Na medida em que acontece, nos tornamos mais servos do que jamais fomos. Jesus é o Servo por excelência. Passamos a compreender mais e melhor a alma humana e a condição humana, como Jesus. E, como Jesus, demonstraremos mais misericórdia e graça. Salvar, preservar a vida, respeitar o direito, acolher, perdoar marcarão mais nossas posturas e atitudes. Haverá mais humildade e menos narcisismo e egoísmo em nós. A prepotência é um sinal claro da ausência de comunhão e submissão ao Espírito Santo. Somos herdeiros da fé do Pentecostes, não para falarmos línguas, embora até possamos falar. Mas para revelar uma existência cheia do Espírito Santo.

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