Chalé

Chalé

A sombra das suas lindas mangueiras, passei minha infância, o sossego das suas salas amplas, abertas para o silêncio dos campos ramificados por grossas veias de água fugitivas, o recorte azul das montanhas afastadas, que lhe era doce contemplar da sua varanda ao por do sol, afiguravam-se-lhe bem perdidos para sempre, como se não de bairro, mas para outro país estivesse de mudança.

Depois nos sentamos na varanda da frente da casa e tomamos chá de hortelã. Pouca coisa mudou na varanda desde que estive lá, muitos anos atrás, e conversamos sobre aqueles tempos no Chalé.

Apagar tudo do quadro de um dia para o outro, ser novo com cada nova madrugada, numa revirgindade perpétua da emoção – isto, e só isto, vale a pena ser ou ter, para ser ou ter o que imperfeitamente somos.

 

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui