Cerveja em risco? Ambev pode estar com rombo bilionário superior ao da Americanas

Cerveja em risco? Ambev pode estar com rombo bilionário superior ao da Americanas
Dívidas da Ambev podem ser maiores do que as da Americanas, diz associação (Rafael Henrique/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)

A cervejeira Ambev, que pertence ao mesmo trio de empresários donos da Americanas, pode estar com dívidas bilionárias parecidas com as da varejista. O rombo estimado é de R$ 30 bilhões.

A informação é da Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil) e foi divulgada nesta quarta-feira (1º) pela Veja. Segundo o órgão, que representa cervejarias menores, a Ambev tem dívidas com impostos federais, estaduais e municipais.

O diretor-geral da CervBrasil, Paulo Petroni, diz que:

Relatórios de fiscalização da Receita Federal mostram “bilhões e bilhões de ilícitos tributários cometidos pelos fabricantes de concentrados de refrigerantes na Zona Franca de Manaus”;

Esses documentos são desde, pelo menos, 2017;

Conforme apurado pela Veja, no entanto, os balanços da Ambev não registram essa quantia cobrada pela Receita Federal.

Descoberta. A suposta dívida da empresa foi descoberta por meio de um estudo da consultoria AC Lacerda, contratada pela CervBrasil.

A Associação acusa a Ambev de inflacionar os preços dos componentes usados na produção de refrigerantes, passíveis de isenção e geração de créditos fiscais na Zona Franca de Manaus. Dessa forma, a empresa estaria acumulando mais créditos tributários do que teria direito, lucrando mais.

Rombo na Americanas. A Ambev pertence à AB-INBev, cujos acionistas – Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira – são sócios da 3G Capital, controladora das Americanas.

Recentemente, a varejista se viu em meio a uma crise que fez com que suas ações despencassem na Bolsa e tivesse que recorrer à ajuda da Justiça. Isso porque, em 11 de janeiro, informou ter encontrado “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões nos balanços de 2022 e de anos anteriores. O problema ocorreu com uma operação comum no varejo, chamada de “risco sacado”.

Nesse tipo de operação:

A companhia pega financiamento com um banco para compra de material de fornecedores;

O banco antecipa os recursos para o fornecedor;

Em seguida, a varejista quita a dívida com a instituição financeira e paga juros pelo prazo do empréstimo.

O problema é que isso não foi devidamente reportado no balanço. O erro pode aumentar o grau de endividamento da companhia e dá margem, de acordo com cláusulas contratuais, à cobrança antecipada de dívidas.

Fonte: Yahoo

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