Cemitério

Cemitério

Como moro no bairro da Graça, muitas vezes, trafego pela Federação e o Largo do Campo Santo, onde existe o cemitério do mesmo nome, ali tem o Mausoléu da família de meu avô materno “Misael Tavares”. Cada lugar tem um cemitério, e ainda que entre seus muros estejam os restos do passado, sua existência aponta para o futuro.

A questão de onde enterra seus mortos, de ter um lugar próprio para isso, tem muita relação com o pertencimento a uma determinada terra. Um cemitério específico era a demarcação da intenção de ficar, e isso desde os tempos bíblicos: a gruta comprada por Abraão com o objetivo de ali instituir o mausoléu de sua família marca a passagem dos antigos hebreus do nomadismo para o sedentarismo.

Os cemitérios, como o Campo Santo e Cimetiere du Pere-Lachaise em Paris, onde está enterrado o escritor Balsac, que escreveu “A comédia humana”, são valiosas fontes de informações históricas. Instalados por questões sanitárias, inicialização nos limites dos municípios, nos arredores das vilas, os cemitérios são também um mapa temporal da evolução de um território, delineando, se situados no meio de uma cidade, quais foram uma vez seus limites.

Além disso, as lápides de cada pessoa que chegou ao Brasil, informando a data e o local de nascimento e de morte, ilustram uma pequena parte do movimento migratório que nos constitui enquanto nação miscigenada.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui