“Certo dia Jesus estava perto do lago de Genesaré, e uma multidão o comprimia de todos os lados para ouvir a palavra de Deus. Viu à beira do lago dois barcos, deixados ali pelos pescadores, que estavam lavando as suas redes. Entrou num dos barcos, o que pertencia a Simão, e pediu-lhe que o afastasse um pouco da praia. Então sentou-se, e do barco ensinava o povo.” (Lucas 5.1-3)
“Boa sorte!” Alguém já lhe desejou boa sorte? A ideia da “boa sorte” é desejar que o rumo dos acontecimentos seja favorável à pessoa a quem a desejamos. Nós cristãos costumamos dizer “Deus abençoe” e pode ser que estejamos movidos pelo mesmo desejo: que o rumo dos acontecimentos favoreçam a quem desejamos a bênção de Deus. Vejamos uma outra situação. Imagine: uma pessoa sai de casa e se lembra de um amigo com quem tem tentando falar nos últimos dias. Chegando ao seu destino, quem está chegando no mesmo lugar ao mesmo tempo que ela? O amigo com quem tem desejado falar. Seria isso uma casualidade ou algo mais que isso? Seria uma providência divina ou algo menos que isso? O modo como interpretamos os fatos nos distingue. Simplificando, podemos ser mais místicos ou mais racionais, mais avivados ou tradicionais (para usar uma linguagem bem religiosa). Se somos mais místicos veremos frieza ou incredulidade no outro. Se somos mais racionais, veremos ingenuidade talvez e fantasia. A boa notícia é que Deus sabe como lidar com todos nós, sejamos mais místicos ou mais racionais, mais avivados ou tradicionais.
Jesus estava perto do lago de Genesaré. Uma casualidade? Estaria buscando uma oportunidade ou estaria ali guiado por um propósito claro e definido em sua mente? Claro, tratando-se de Jesus, isso define mais as coisas para nós. Uma multidão se acotovelava para ouvir seus ensinos. Como havia barcos parados, ele entrou num deles, que depois veremos que era o de Pedro, e de lá ensinou ao povo. Se ele estivesse sozinho andando pela praia, ainda assim entraria no barco de Pedro? Como Pedro estava interpretando tudo aquilo? “O Mestre Jesus estava na praia hoje onde costumamos pescar e entrou no meu barco para ensinar às pessoas que estavam lá para ouvi-lo!”, poderia ser o modo como ele contaria o episódio mais tarde, ao chegar em casa. Mas o que Jesus fez no curso desse encontro mudou toda a história de Pedro e ele teve muito mais o que contar! No encontro da casualidade possivelmente percebida por Pedro e do presumido propósito de Jesus ao nosso ver, surgiu uma oportunidade. Pedro abraçou-a e o restante está na história.
O que muda nossa vida? Eclesiastes diz que o tempo e o acaso afetam a todos nós (Ec 9.11). A vida é bem complexa e misteriosa. Se há uma cortina no palco da vida, não sabemos bem o que acontece por trás dela. Mas de uma coisa podemos ter certeza: Deus tem propósitos e nós fazemos parte deles. E isso nos colocará diante de várias oportunidades. Oportunidades que poderão mudar nossa vida em muitos aspectos. O amor e propósitos de Deus, Sua maravilhosa graça, penetram nas aparentes casualidades de nossa vida e as transformam em oportunidades. Aproveitá-las mudará o rumo de nossa história. Por isso, abra seus olhos e aguce seus ouvidos. Creia no amor de Deus por você. Creia na graça! Não se acanhe por ser falho, frágil ou fraco. Sua força está em Deus. Ele não espera de você o que você não pode e não é capaz de dar. E Ele tem o que você precisa. Aprenda a perceber as oportunidades produzidas pela providência de Deus em meio às casualidades de sua vida. Você verá quanta “boa sorte” acabará entrando em sua história!