“Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.” Sócrates
O enterro em si é particular e solitário neste mundo de pandemia para quatro milhões de mortes no planeta, neste dia 08 de julho de 2021, tenho alguns nomes na cabeça que viraram pó, mas como lição até agora reconheço, não sei se com tristeza, a secura humana de muitos corações que vivem a normalidade da vida, sem reflexão, com os olhos fechados , mas a vida tem que seguir com o cotidiano da sobrevivência, compras, trabalho, sonhos, todas as coisas que estas milhões de mortes não fazem mais, deixando para trás seus laços familiares, suas convicções relogiosas, seu status social, da vida normal foi suspensa para seus famílias, vivem em um purgatório com a escova de dente endurecida no copo do ente que partiu , as roupas no armário que cheiram a mofo e naftalina.
O tempo seguira sem eles. O restante do mundo avançará rumo ao seu destino, mas eu sei que para minha geração o pânico já arranhou com suas garras o fundo de muitas mentes com tantas perdas e negação da ciência, agora vou apertar um botão da minha playlist e relaxar com Dave Brubeck tocando ” Take Five” , assim encontro o momento perfeito com o belo e eterno já que chato é o mundo real que consigo sentir ao ouvir lá fora, na rua , uma lata rolando, seu tinido metálico chacoalhando na quietude.
Nota: O conteúdo aqui publicado é de inteira responsabilidade do colunista que assina o texto.