Este nome ouvi a primeira vez na cidade de Queimadas quando criança, é um meio de transporte muito antigo que antecede o advento dos veículos a vapor.
Lembro de uma carroça vazia com um burro atrelado, rangendo e prendendo o meu olhar, vindo de um mundo desconhecido e nele desaparecendo, despertando e levando comigo belos pressentimentos. Eis uma pequena lembrança, duas ou três; mas quem pretende enumerar as experiências, emoções e alegrias que uma criança, entre o bater de uma hora e outra, encontra nas pedras, nas plantas, nos pássaros, nos ares, nas cores e nas sombras e logo esquece novamente e ainda assim carrega consigo através dos tempos, de seus destinos e transformações?
Uma coloração especial do ar no horizonte, um pequeno ruído no jardim, a visão de uma borboleta muitas vezes levantam dentro de mim, por um momento, nuvens inteiras de lembranças daqueles anos em Queimadas. Elas não são clara e isoladamente reconhecíveis, mas todas têm o mesmo delicioso perfume daqueles dias, quando havia entre mim e a carroça uma vida e uma convivência íntima, cujas reminiscências me empenho zelosamente em preservar.