O mar está para peixe em Maraú, município localizado no Litoral Sul da Bahia. Por lá, pescadores e marisqueiras comemoram a valorização do pescado, que para muitos é a única fonte de renda. Um peixe que antes era vendido por apenas R$ 5 para atravessadores, hoje é comercializado a um preço justo para consumidores diretos e para o comércio local. Uma grande vitória para a comunidade pesqueira.
A agregação de valor ao produto é graças aos investimentos do Governo do Estado, por meio da Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR), que destinou equipamentos para desenvolver a atividade da pesca. Na localidade, foram entregues 15 freezers e 20 kits pesqueiros com baldes, redes de pesca, luvas e coletes, kits de proteção individual, acessórios para as embarcações, entre outros equipamentos. A iniciativa beneficia diretamente 100 famílias que fazem parte da Associação dos Pescadores de Barra Grande.
Antônio Cesar Santiago é pescador em Maraú há 45 anos. Ele destaca o apoio da CAR, que contribuiu diretamente para o aumento da receita. “O freezer nos dá a garantia de armazenamento. Quando chega a baixa estação, há uma menor procura, mas agora a gente consegue driblar o atravessador. Uma tainha, por exemplo, chega a ser vendida entre R$ 15 a R$ 25 reais. Se não tivesse armazenamento, venderíamos por R$ 5 ou a qualquer preço. E quem ganhava era o atravessador, que repassa muito mais caro”.
Antônio destaca que o freezer ajuda também na produção de gelo para levar na pescaria. “Chego a levar 100 quilos de gelo. Reduzi meu custo, porque antes eu precisava comprar gelo. Com isso, não preciso me preocupar em chegar cedo da pescaria e vender logo o que pesquei, pois, se eu não tiver a quem entregar no horário comercial, posso armazenar e vender no dia seguinte”.
Melhorias nas condições de trabalho
Além dos pescadores, marisqueiras e marisqueiros também comemoram as melhorias, a exemplo de Marilúcia da Silva, que fala sobre a importância dos equipamentos. “Ficamos muito expostos ao sol. O chapéu tem proteção no pescoço e é necessário para a gente que trabalha muito abaixada, tem também a camisa de proteção e as luvas que nos protegem. A bota previne de cortar o pé e do peixe-pedra, que é comum aqui na região e tem o espinho venenoso. Já a calça nos protege de caravelas, principalmente quando a maré está seca e a incidência é maior”.
Os recursos aplicados pela CAR são provenientes do projeto Bahia Produtiva, que conta com cofinanciamento do Banco Mundial. O projeto se insere na estratégia de política pública que vem sendo executada pelo Estado da Bahia para o estímulo a agricultores familiares, povos e comunidades tradicionais, visando incluí-los no mercado consumidor, atuando no fomento à produção, comercialização e na melhoria da infraestrutura no campo, entre outras ações.