Camamu: Mulheres do MST ocupam fazenda produtiva

Camponesas ligadas ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam nesta terça-feira, 5, a Fazenda Cultrosa, situada no município de Camamu. É a quarta propriedade invadida esta semana dentro da “Jornada Nacional de Luta da Via Campesina”. Na segunda-feira, foram ocupadas três fazendas de eucalipto das empresas de celulose Veracel e Suzano no Extremo Sul do estado.

Segundo o MST-BA, 400 mulheres teriam participado da ação na Fazenda Cultrosa. O objetivo é “reivindicar a negociação da dívida que vários trabalhadores rurais possuem com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em todo o estado, denunciar a desigualdade social provocada pelos grandes latifundiários na região e fazer do mês de março um espaço de luta da mulher camponesa contra as mazelas do sistema capitalista perante a sociedade”. Informam ainda que o lema deste ano da jornada é “Mulheres Sem Terra na luta contra o capital e pela soberania dos povos”.

Em nota, a entidade diz ainda que a prioridade do movimento é “lutar contra o modelo destrutivo do agronegócio, que destrói o meio ambiente e ameaça a soberania alimentar do país”, além de denunciar “o retrocesso das conquistas dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, em especial a reforma agrária”.

Reintegração

Um dos gerentes da Fazenda Cultrosa, Joilson Brito Santos, informou que a empresa já está preparando um pedido de reintegração de posse para dar entrada na Justiça baiana. Ele lembrou que a fazenda já foi ocupada outras duas vezes e nas oportunidades os donos provaram que se trata de propriedade produtiva, que não se aplica à reforma agrária. A Cultrosa é a segunda maior produtora de borracha da região e planta também cacau e cravo.

Além disso, fornece matéria-prima para uma fábrica de brinquedos de borracha do grupo, empregando cerca de 500 pessoas. “Numa das últimas invasões, obtivemos junto ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária o laudo técnico que a fazenda é produtiva. Esse laudo está fixado na portaria da propriedade, mas parece que não adiantou”, lamentou Santos.

 

A Tarde

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