Após casos de assédio moral e sexual envolvendo o banqueiro Pedro Guimarães, então presidente da Caixa, terem sido revelada, um funcionário do banco que trabalha no estado do Amazonas decidiu ir à Justiça em razão de um episódio pelo qual passou em outubro de 2020.
Segundo o relato levado à Justiça do Trabalho, durante um jantar para reconhecer os bons funcionários do banco na região, Pedro Guimarães quis que eles comessem uma bacia de pimentas vermelhas amassadas – era, teoricamente, mais um dos polêmicos testes de resistência que ele gostava de aplicar em eventos corporativos para medir o grau de resiliência dos empregados.
A pimenta foi servida pelo próprio Guimarães, com uma concha. Para tornar o “desafio” menos picante, o funcionário pingou algumas gotas de limão sobre a porção que lhe foi oferecida. Neste momento, ouviu comentários homofóbicos do então presidente da Caixa, que o teria chamado de “bambi”, “são paulino”, e teria dito que a mesa dos “frescos” era do outro lado.
O juiz entendeu que o comportamento de Guimarães não está de acordo com o de um alto funcionário e afirma que ele constrangeu seus subordinados, os expôs a situação vexatória e ofendeu o “direito de personalidade” do autor da ação. No decorrer do processo, a própria Caixa admitiu que o comportamento do então presidente foi inapropriado.