Brasil é recordista mundial com 1,5 milhão de cirurgias plásticas ao ano

Turismo da plástica leva brasileiros para operar em clínicas na Bolívia.

Procedimentos estéticos com silicone industrial fazem vítimas no Brasil.

Desde 2013, o Brasil é o recordista mundial em cirurgias plásticas, com mais de 1,5 milhão de operações por ano. As mulheres são responsáveis por 88% das operações estéticas feitas no país.

Santa Cruz de La Sierra – Bolívia

Em Mato Grosso começa a viagem de quem vai para a Bolívia a procura de cirurgias plásticas mais baratas. O percurso de ônibus até a clínica em Santa Cruz de La Sierra leva dois dias.

Quem recebe o grupo é a esteticista brasileira Inêz Aguillero. Há sete anos, ela abriu uma clínica em Santa Cruz de La Sierra. Seis cirurgiões atendem no local, cinco bolivianos e uma peruana. No ano passado, cerca de 800 brasileiros foram operados na clínica.

Após a cirurgia, os pacientes ficam internados na clínica por cerca de sete dias. Depois seguem de volta para o Brasil.

A estudante de medicina Roberta Gonçalves deixou o marido e os dois filhos em Feira de Santana, na Bahia, para estudar na Bolívia. Há um mês, passou por uma cirurgia plástica para a redução das mamas. Ela teve complicações nos pontos da plástica e foi tratada em casa pelo médico assistente da cirurgia.

Roberta descobriu que a mulher que realizou sua operação não é cirurgiã plástica. A estudante precisou passar por mais dois procedimentos para correção nas mamas e entrou com um processo no Ministério Público da Bolívia contra todas as pessoas que participaram da cirurgia.

Rio de Janeiro – RJ

No Rio de Janeiro, a jovem Talita Costa, de 21 anos, decidiu fazer um implante de silicone. Ela é caixa no restaurante da mãe em Duque de Caxias e economizou durante dois anos para pagar a cirurgia.

O procedimento ocorreu sem problemas e a jovem já vê mudanças na auto-estima. “Vou usar bastante decote”, diz.

Salvador – BA

Em Salvador, travestis transformam seus corpos com aplicações clandestinas de silicone. O produto usado para o procedimento é industrial e pode causar problemas de saúde. “O silicone que a gente usa não é um silicone normal, não foi feito para por no corpo, então já sei que algum dia vai dar alguma coisa. A gente usa porque somos ousadas mesma”, diz uma delas.

O produto que as travestis usam para modelar o corpo é usado para lubrificar e dar brilho em pneus e pode ser comprado facilmente. O silicone industrial é aplicado no corpo com seringas e a agulha utilizada no procedimento é para uso veterinário.

 

 

Profissão Repórter

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