Bendita a hora de oração

“Então foram para um lugar chamado Getsêmani, e Jesus disse aos seus discípulos: Sentem-se aqui enquanto vou orar.” (Marcos 14.32)

Esta é a semana em que celebramos a Páscoa. Uma festa judaica, cuja origem está ligada à libertação da escravidão no Egito. Jesus a celebrou com seus discípulos, mas também a transformou para nós. Nele se cumpriu o significado espiritual da Páscoa: a libertação da escravidão do pecado. Os judeus tornaram-se uma nação com a primeira Páscoa. Cada pessoa que crê no sacrifício de Jesus, o Cordeiro de Deus, é recebida como filho de Deus e constitui-se nação de Deus, povo de Deus. A Páscoa anuncia a cidadania terrena para os judeus. A Ceia anuncia a cidadania espiritual para todo aquele que crê. Jesus celebrou a última Páscoa com seus discípulos e a transformou na primeira Ceia ou Celebração da Comunhão. Hoje, o sentido da Páscoa está na Ceia do Senhor Jesus.

Após celebrar a Páscoa e inaugurar a Ceia da Comunhão (Mc 14.22-25), Jesus foi com os discípulos para um jardim, aos pés do Monte das Oliveiras, chamado Getsêmani, que é a transliteração de Gath Shemen que significa “prensa ou lagar de azeite”. Um lugar onde azeitonas eram esmagadas e o azeite produzido. Estava bem próxima a crucificação. Jesus sabia, ninguém mais. Jesus então foi ao Getsêmani para orar. A mesma multidão que havia gritado “Hosana, hosana ao filho de Davi” e “Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mc 11.9), gritaria “Crucifica-o! Crucifica-o!” (Mc 15.13-14). Os discípulos, que haviam jurado fidelidade a ponto de morrerem com Ele se fosse preciso, fracassariam e negariam a Jesus (Mc 14.31). Aquela noite era decisiva e muito difícil. Jesus sabia. Ninguém mais. E Jesus recolheu-se em oração e orou como jamais havia orado antes!

“Eu sei que sempre me ouves” (Jo 11.42) Era assim que Jesus orava, mas agora seria diferente. Naquela noite Ele orou para submeter-se, para negar-se. Ele não seria ouvido! A vontade do Pai só seria feita se a vontade do Filho fosse contrariada. Ele enfrentou o dilema de submeter-se! Muitas vezes a nossa vontade é exatamente a contradição da vontade do Pai e enfrentamos esse mesmo dilema, embora em proporções inigualavelmente menores. Jesus submeteu-se, não por medo, mas por amor. Deus nos amou e enviou Jesus e, por amor, Jesus entregou-se por nós. A Páscoa resultou do poder de Deus agindo contra Faraó. A Ceia é a declaração do amor de Deus ofertado em favor de todos nós. A Páscoa singulariza um povo, a Ceia, universaliza o convite de Deus para que todos sejamos Seu povo. Que nossa Páscoa seja redefinida pela Ceia e que nossa oração seja como a de Jesus.

ucs

 

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