Belo dia em que nasceste, ó, minha Teixeira de Freitas

Belo dia em que nasceste, ó, minha Teixeira de Freitas
Foto aérea de um dos pontos turísticos da cidade, Rotatória da Melancia. Fotos Wesley Morau

Hoje, 9 de maio, nossa amada Teixeira de Freitas completa 33 anos de emancipação político-administrativa. Veja um pouco da história retirado do site Tirabanha, que, como o nome sugere, narra a história do município que antes de ser Teixeira de Freitas, teve alcunha de Tirabanha, Mandiocal, Comércio de Pretos, São José de Itanhém…

Belo dia em que nasceste, ó, minha Teixeira de Freitas
Foto histórica de Teixeira. Fonte Tirabanha

Em 15 de novembro de 1984 foi realizado o plebiscito onde os moradores do povoado de Teixeira de Freitas, então dividida pela avenida Marechal Castelo Branco entre os municípios de Caravelas e Alcobaça, escolheram não depender mais das cidades-sede. Um ano e alguns meses depois, 1985, houve a eleição que elegeu Timóteo Alves de Brito como o primeiro prefeito da cidade recém-emancipada.

Segundo a moradora Lília do Carmo, 48 anos, no dia da emancipação política da cidade houve uma grande festa nas principais avenidas e na praça da rodoviária hoje conhecida como praça da Bíblia, lembra ainda que a emancipação trouxe  grandes expectativas aos moradores.

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Uma das principais avenidas da cidade

“Minha mãe quando chegou da cidade de Candeias para morar cá de início não gostou muito porque a cidade não tinha estrutura, nossa rua, D. Pedro Primeiro no bairro Wilson Brito mesmo era só o barro, mas, como a emancipação era promessa de melhoras resolveu ficar”.

A expectativa que refere foi criada envolta da realização do plebiscito em 15 de novembro de 1984 onde os moradores do povoado de Teixeira de Freitas optaram pela emancipação. Um ano depois, 1985, foi realizada eleição para a escolha do primeiro prefeito que só assumiria o cargo em 1986. A movimentada eleição deixou eufórico o grande povoado que na época contava com 50 mil habitantes.

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Estádio Tomatão do alto

De acordo com Jailson C. Pereira Guerra e Leonardo Santos Silva, no trabalho mais completo sobre o assunto O processo de emancipação política de Teixeira de Freitas (1972-1985),   disputaram a prefeitura os candidatos; Franscitônio Pinto, Vitor Ferreira de Guimarães e o vencedor Timóteo Alves de Brito.

Ainda de acordo com informações do trabalho dos autores, durante a campanha houve discussões acaloradas “ânimos exaltados” e briga entre partidários, 11 mil títulos concedidos irregularmente foram anulados por suspeita de fraude no cartório eleitoral da cidade. Devido à violência e confrontos entre eleitores, tropas federais foram enviadas ao município. Duas mortes relacionadas ao processo foram registradas.

Belo dia em que nasceste, ó, minha Teixeira de Freitas
Parece Google Maps, mas, é o sentimento de grandiosidade captado pelas lentes de Wesley Morau

O clima de apreensão e violência foi noticiado por um jornal da região e outro do país. De acordo com o jornal, Extremo Sul Agora, de dezembro de 1985. “Graças às presenças de magistrados das comarcas do extremo sul e à chegada providencial de reforços do Exército Brasileiro, o processo transcorreu num clima de tranquilidade, embora com muito rigorismo, afastando definitivamente as especulações.”

Já o jornal paulista, O Estado de São Paulo, de 21 de novembro de 1985, com referência à eleição em Teixeira de Freitas, informou que pós a apuração um recurso do PMDB estava para ser julgado no tribunal superior eleitoral contra decisão do TRE baiano que considerou válidos mais de 11 mil títulos eleitorais anulados pela juíza da Comarca.”

Timóteo Alves de Brito venceu a eleição com 12.660 votos e no dia primeiro de janeiro de 1986 foi empossado prefeito na primeira sessão da câmara realizado no Country Clube Jacarandá, enquanto o povo, na rua, esperava que o novo prefeito representasse os interesses das massas mais pobres.

No livro, Os “desbravadores” do Extremo sul da Bahia. História da presença franciscana nessa região-raízes e frutos, observou o frei Elias que a emancipação não foi  um bom negócio  apenas para Teixeira de Freitas,  mas também para a sede Alcobaça.

“Esta emancipação era muito importante, tanto para Teixeira como para Alcobaça. Nos últimos anos, o prefeito residia mais em Teixeira do que no litoral, que ficou quase abandonada, enquanto Teixeira não conseguia desenvolver se livremente.”

O prefeito de Alcobaça Wilson Brito, que administrava a cidade até a posse do primeiro prefeito eleito, disse em entrevista no ano 1985 a revista As Origens Teixeira de Freitas, que a nova cidade estava fadada a ocupar a posição de capital do extremo sul da Bahia.

Encantado com o potencial agrícola, lembrou que Teixeira de Freitas já nascia como o maior produtor de mamão do mundo e o segundo polo graneleiro (plantio de grãos) do estado.

Belo dia em que nasceste, ó, minha Teixeira de Freitas
“Belo dia em que nasceste, ó terra minha”

Hoje, Teixeira de Freitas, embora não mais chamada como a “Princesinha do Extremo Sul”, ainda é importante cidade da Bahia e do Extremo Sul, seja por sua diversificada economia, suas belezas, história envolvente, mas, sobretudo, pelo povo aguerrido que a compõe, a torna especial e a faz ser destaque em educação, saúde, agricultura e muito mais. Todos os setores em que o nome Teixeira é lembrado como referência é graças aos seus munícipes, a força motriz que mantém viva as engrenagens do trabalho, fruto da dignidade de um povo.

Não vamos hoje citar coisas ruins, como a violência que nos assola. Vamos hoje agradecer por vivermos numa cidade jovem que nos apresenta um leque de possibilidades para o futuro. Hoje, mais que nunca, vamos nos emocionar ao cantar o belo hino de nossa cidade, lembrar apenas que “somos um farol, um norte, em pleno Extremo Sul”. Soltar a voz e a emoção e entoar:

Muito além de todo o entendimento
Alto mais alto que o pensamento
Belo dia em que nasceste, ó terra minha
Vem inflama, viva chama
Em meu peito se agiganta

Teixeira, Teixeira, Teixeira de Freitas

Ouça o hino de Teixeira de Freitas e conheça ainda mais de nossa história por meio da poesia dessa bela composição de Carlos Alberto Andrade:

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