Bebê Pedrinho morre em Belo Horizonte; ele precisava de transplante

Pedrinho tinha 1 ano e sofria com síndrome do intestino curto.

Tratamento da doença, no valor de US$ 1 milhão, seria pago pela União.

O bebê Pedro Gomes Oliveira, o Pedrinho, de 1 ano, morreu na tarde deste domingo (9) devido a complicações de uma infecção generalizada, informou o advogado da família do garoto, José Antônio Guimarães Fraga. Nascido com uma doença que provoca má formação no intestino, Pedrinho precisava fazer um transplante nos Estados Unidos, ao custo de US$ 1 milhão. A criança estava internada desde o dia 16 de julho de 2014 no Hospital Felício Rocho, em Belo Horizonte.

Há vinte dias, a Justiça determinou que a União pagasse o tratamento do bebê, uma vez que o procedimento não é realizado no Brasil. Segundo Fraga, a família recebeu recentemente do Sistema Único de Saúde (SUS) a confirmação do pagamento da cirurgia, que estava prevista para ser realizada no hospital Jackson Memorial, em Miami. “Os passaportes também já haviam sido expedidos. Estávamos aguardando apenas a obtenção do visto, a contratação do transporte aéreo e alguns outros trâmites pequenos. Faltava pouco”, lamentou o advogado.

De acordo com a decisão do juiz Miguel Ângelo de Alvarenga Lopes, da 10ª Vara Federal de Minas Gerais, os preparativos burocráticos para a viagem de Pedrinho e sua família deveriam ser cumpridos em até dez dias a partir da decisão, divulgada em 20 de julho. A Justiça também determinou que as despesas durante o tempo de reabilitação em que a criança e a família estivessem no exterior fossem custeadas pelo governo federal.

Para tentar salvar o garoto, o pai, Ivanilto Oliveira de Souza, de 44 anos, e a mãe, Sueide Gomes da Silva, de 30, lançaram a campanha “Salve o Pedrinho – Um pequeno gesto e um grande milagre”. Até o final de julho, a campanha havia arrecadado mais de R$ 880 mil.

Segundo Fraga, a família pretende estudar formas de trazer o tratamento para o Brasil. “Vamos continuar a nossa luta”, afirmou.

História do Pedrinho

Pedrinho nasceu em Eunápolis, no Extremo Sul da Bahia, no dia 14 de julho do ano passado, e veio para Belo Horizonte com dois dias de vida, por causa do problema de saúde.

Segundo a mãe, ele nasceu com 3,7kg e, logo nos primeiros dias, apresentava palidez, dificuldades respiratórias e inchaço na barriga. Os médicos optaram por fazer uma cirurgia e constataram que o intestino estava malformado, necrosado, com a síndrome do intestino curto. Foi preciso que o órgão fosse retirado.

Durante os quase treze meses que Pedrinho ficou internado na capital mineira, seus familiares e o advogado conseguiram que a Justiça lhes garantisse o direito de ter o transplante de intestino inteiramente pago pelo governo federal, uma vez que o tratamento oferecido no país é considerado apenas paliativo.

Segundo Fraga, nos Estados Unidos, Pedrinho teria que entrar na fila norte-americana de doação, respeitando os critérios de chegada e de compatibilidade com o doador.

G1

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