O rompimento de uma barragem da Vale em Brumadinho (MG), na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta sexta-feira (25), ocorre pouco mais de três anos após a tragédia em Mariana (MG). Em 2015, o rompimento de uma barragem da Samarco (cujas donas são a Vale e a BHP Billiton) fez com que as empresas se tornassem alvo de ações na Justiça, com os afetados ainda na espera por reparação.
Nesta sexta, investidores reagiram à notícia de que a Vale se vê envolvida em uma nova tragédia. As ações da empresa passaram a despencar na bolsa de Nova York – em dia de pregão fechado na bolsa brasileira em razão do feriado em São Paulo.
A Vale já é ré uma ação da Justiça Federal desde 2016, ao lado da Samarco e da BHP, em uma ação por homicídios e crimes ambientais. Até o final de 2018, essa ação seguia correndo na comarca de Ponte Nova, na Zona da Mata, sem que os réus tenham sido julgados.
Mas essa não é a única ação movida contra a Vale na Justiça após a tragédia em Mariana – que ficou marcado como o pior desastre ambiental já registrado no Brasil. Em outubro de 2018, a Samarco, a Vale e a BHP conseguiram fechar um acordo com o Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG) para o pagamento de indenizações aos familiares das pessoas que morreram e àqueles que perderam suas casas e outras propriedades.
A tragédia de 2015 ocorreu na barragem de Fundão, provocando a morte de 19 pessoas. O rastro de lama destruiu comunidades como Bento Rodrigues e Paracatu de Baixo, impactou cidades mineiras e capixabas e devastou o Rio Doce.
Dinheiro para compensar os afetados pela tragédia
Após o desastre em Mariana (MG) BHP, a Vale e a Samarco criaram a Fundação Renova, para custear as reparações aos atingidos pela tragédia. Pelo cronograma, a fundação tem até 10 anos para aplicar mais de R$ 4 bilhões em compensações.
Até novembro de 2018, segundo a entidade, auxílios financeiros e indenizações pagos somaram R$ 1,3 bilhão. Ainda não foi definida por completo a divisão desses recursos, mas parte deles já foram usados, conforme mostrou reportagem do Bom Dia Brasil.
Na última segunda-feira (21), a BHP Billiton aceitou aportar US$ 515 milhões (o equivalente a cerca de R$ 1,9 bilhão) em apoio financeiro adicional à Fundação Renova e à Samarco.
Fonte: G1