Viajamos para Barcelona no carnaval de 2020, onde desconhecíamos as modificações que aconteceriam no mundo com a covid-19, tão perto naquele momento. Divertir na Europa é bom, vendo lugares através de novo olhar. Perceber detalhes diferentes, inicialmente ficamos na parte do centro histórico, procurando sempre emoções nos labirintos numerosos de ruas antigas, que davam voltas infinitas em becos e praças onde fomos a um restaurante que serviu uma excelente paella, para chegar lá passamos por vielas e caminhos estreitos e curvos.
No meio da viagem mudamos para outro hotel, onde existiam torres e arranha-céus modernos gigantescos que se erguem como uma Babilônia escurecida na parte nova da cidade, perto das famosas Rambas, onde tivemos belos momentos com vinho, levados pela imaginação, e a sensação maravilhosa de estarmos vivos, percebendo as avenidas com luz brilhante e observando as multidões de turistas fervilhando que se escoavam como se fosse calha.
Ali o perigo do vírus já existia, tivemos sorte de não sermos contaminados, mas este futuro
é sempre a razão de nossos tormentos e da riqueza dos psicanalistas. O futuro inquietante da pandemia, o futuro incerto, que traria aflição. Um enigma metafísico naquele momento, era a probabilidade desconhecida. Tenho certeza de que há um milhão de Felizes para Sempre flutuando dentro do cérebro. E aquela viajem podia não ter sido, poderíamos ter ficado retidos na Espanha devido à pandemia.