A polícia suspeita que o bandido que manteve mãe e filha reféns por mais de 15 horas seja morador de Itabela. Isso porque, enquanto levava as vítimas no porta-malas do carro, ele parou na cidade e conversou com uma pessoa, que poderia ser sua mulher.
O relato foi feito por Lucinéia Meireles Leal, 43 anos, que foi sequestrada no fim da tarde de segunda-feira (09), juntamente com a filha de oito anos, quando saía de uma agência bancária no centro de Teixeira de Freitas.
Mãe e filha só foram encontradas no início da manhã de terça-feira (10), na BR-101, perto de Itagimirim, a mais de 200 quilômetros de onde ocorreu o sequestro.
Mãe e filha só foram encontradas 15 horas depois do sequestro
A mulher contou que dirigiu o veículo até o município de Itabela, enquanto o homem, no banco da frente, a ameaçava com uma faca. A criança estava no banco traseiro. Logo depois, as duas foram colocadas no bagageiro.
Ela conta que, depois que assumiu a direção do veículo, o bandido trafegou em alta velocidade, chegando a sair da pista algumas vezes. A todo o momento, ele também conversava com alguém no celular, dizendo que iria conseguir o dinheiro, porque estava sendo procurado por alguns comparsas.
O sequestrador só abandonou o carro depois de bater em um barranco próximo à Curva da Visgueira e sair da pista. A perícia constatou que ele ainda tentou tocar fogo no veículo com as vítimas dentro. Só não conseguiu porque na tampa do tanque de combustível há um dispositivo que impede a propagação de chamas.
Dois policiais militares e um socorrista do Samu, que estavam indo trabalhar em Itagimirim, se aproximaram do carro e ouviram pedidos de socorro. Lucinéia machucou o joelho e a filha a cabeça. As duas passam bem e já estão em casa.
A polícia descarta, a princípio, que o crime tenha sido uma forma de ameaçar o marido de Lucineia, que é policial militar. Para os investigadores, foi uma espécie de sequestro relâmpago. “O bandido não ficou satisfeito com os R$ 340,00 que a mulher havia sacado no caixa eletrônico. Ele queria mais”, disse um policial.
“Pensei em gritar por socorro, mas fiquei com medo que ele fizesse algo contra nós. Minha filha chorava o tempo todo, eu estava tentando acalmá-la”, afirmou Lucinéia.
Até o momento, bandido, que também pode ter ficado ferido, não foi localizado pela polícia.
Fonte: Radar64