As instituições financeiras tiveram lucro recorde em 2021, aponta o Banco Central no Relatório de Estabilidade Financeira do primeiro semestre, divulgado nesta terça-feira (9). Ao todo, foram R$ 132 bilhões em lucro líquido no ano passado, o melhor resultado em 27 anos. A série histórica do indicador começou em 1994.
Segundo o BC, a melhora está relacionada ao crescimento da taxa de juros, redução de despesas com provisões (recursos que ficam apartados para fazer frente a eventuais perdas) e ganhos de eficiência. Entretanto, as previsões são menos otimistas para este ano.
“Os lucros tendem a crescer em ritmo mais lento. O cenário para 2022 é de atividade econômica mais fraca, menor crescimento do crédito, normalização da inadimplência de custo de captação e operacional mais altos”, avaliou o BC.
Rentabilidade positiva
Não foi somente no indicador de lucros que os bancos tiveram bons resultados. A rentabilidade positiva em 2021 ocorre após uma queda registrada em 2020, devido à pandemia de Covid-19. O chamado retorno sobre o patrimônio líquido do sistema bancário nacional alcançou 15,1% em dezembro do ano passado, contra 11,5% no fechamento de 2020.
“A rentabilidade do sistema continua se recuperando dos efeitos da pandemia e deve se manter resiliente no curto prazo. Após queda significativa no primeiro semestre de 2020, a rentabilidade do sistema retornou a níveis próximos daqueles observados antes da pandemia”, diz o documento.
Dentre os motivos que contribuíram com o aumento da rentabilidade, está o crescimento de empréstimos bancários e alta na taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central, que avançou de 2% ao ano (em janeiro/21) para 9,25% ao ano (dezembro/21) com o intuito de conter as pressões inflacionárias.
A taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras também registrou, em 2021, a maior alta em 6 anos, ao alcançar 33,9% ao ano. A alta é reflexo da Selic, mas não atinge os setores rural, habitacional e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: Yahoo