Segundo representante dos trabalhadores, movimento iniciou o dia “muito forte”; Fenaban afirma que manterá agências abertas
A paralisação dos bancários que reivindicam aumento real de salário começou “muito forte” na manhã de hoje, segundo Carlos Cordeiro, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Eles decretarem greve nacional por tempo indeterminado.
Segundo Cordeiro, foram realizadas assembléias com os bancários de todas as capitais do País e a adesão foi massiva. Até a noite de ontem, bancários de 24 Estados mais o Distrito Federal haviam votado pela greve a partir de hoje. Na manhã de hoje, chegou a notícia de que os trabalhadores de Tocantins e do Rio Grande do Norte também aderiram ao movimento.
“A greve começou muito forte, como no ano passado. É uma resposta à provocação dos bancos, que ofereceram zero de aumento real”, afirmou Cordeiro. Ressalvando que só terá um balanço da paralisação no final da tarde desta quarta-feira, o sindicalista afirma que, no Centro de São Paulo, a adesão está “bem forte” e que “a tendência é ela se expandir nos próximos dias”.
Em assembléias realizadas na terça-feira (28), os bancários rejeitaram a proposta de 4,29% de reajuste oferecida pelos representantes dos bancos, reunidos na Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). Eles querem 11% de reajuste, além de aumento na participação sobre os lucros, entre outras reivindicações. A Fenaban argumenta que fez a proposta aos trabalhadores na expectativa de uma contraproposta, mas eles não apresentaram um novo patamar e decidiram ir à greve.
Em comunicado, a Fenaban reitera que os bancos irão manter as agências abertas. “Diante da radicalização do movimento sindical, que abandonou a mesa de negociações apesar da Federação Nacional dos Bancos-Fenaban ter garantido reposição da inflação a fim de negociar aumento real, a entidade e os bancos manifestam sua firme intenção de adotar todas as medidas legais cabíveis e necessárias para garantir o acesso e o atendimento da população nas agências e postos bancários”, afirma a entidade, lembrando que a data da greve coincide com o pagamento de pensionistas e aposentados do INSS.
Segundo o comunicado, “a Fenaban e os bancos respeitam o direito de greve. O que não se pode admitir são os piquetes contratados que barram o acesso da população às agências e postos bancários para impor uma greve abusiva, injustificada, pois a Fenaban aceita discutir reajuste real dos salários e demais benefícios da convenção coletiva, inclusive a participação nos lucros e resultados. Mas não pode aceitar um índice exagerado como o pleiteado pelos sindicatos”.
Fonte: IG
Agências de Porto Seguro aderiram à paralisação nacional
Em Porto Seguro, as agências bancárias de instituições públicas e privadas interromperam as suas atividades a partir desta quarta-feira, 29 de setembro.
Respeitando as orientações dos sindicatos estadual e nacional da categoria, os bancários não se pronunciaram sobre o movimento grevista.