Projeto Baleia Jubarte se reúne com ministérios para discutir emalhe de baleias

A solução para o emalhe de baleias no extremo sul da Bahia foi o tema de uma reunião do Projeto Baleia Jubarte, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, e os Ministérios do Meio Ambiente e da Pesca. A reunião contou com as presenças da Coordenadora do Projeto, Márcia Engel, do Diretor de Biodiversidade Aquática e Recursos Pesqueiros do Ministério do Meio Ambiente, Ugo Vercillo, e do Secretário de Planejamento e Ordenamento da Pesca do Ministério da Pesca, Fábio Hazin, em Brasília, no dia 21 de setembro.

O termo emalhe se refere ao momento em que um animal marítimo fica preso acidentalmente em rede de pesca. O problema afeta tanto os animais, que morrem ou sofrem sérias lesões, como os pescadores, que perdem seu equipamento. Segundo Márcia Engel, “não existe uma solução perfeita. Precisaremos aprofundar o debate para encaminhamento de um problema que tende a se agravar, com o crescimento da população de baleias jubarte no Brasil e o incremento da atividade pesqueira”.

Emalhes no Brasil

As baleias jubarte passaram a povoar a costa brasileira para dar início ao período de reprodução no mês de julho, mas desde o início do ano o trecho do litoral que vai da Bahia ao Rio Grande do Sul já registrou mais de 14 casos de emalhes.

Diferente de outros países, o Brasil não conta com grupos equipados para fazer o resgate de baleias emalhadas. Segundo o Coordenador de Pesquisa e Médico Veterinário do Projeto Baleia Jubarte, Milton Marcondes, os profissionais capacitados encontram dificuldades para a realização do trabalho no país. “Eu e outro veterinário do IBAMA fizemos um mês de treinamento prático nos EUA sobre soltura de baleias emalhadas, mas falta a aquisição dos equipamentos que foram desenvolvidos para permitir a soltura das baleias com um mínimo de risco de ferir os animais”, afirma Milton.

O Projeto Baleia Jubarte, patrocinado pela Petrobras através do Programa Petrobras Socioambiental, encontrou um filhote de baleia com um pedaço de rede presa em sua cabeça durante um cruzeiro de pesquisa realizado neste ano na região de Abrolhos (BA). O filhote nadava junto com mãe e tinha marcas de arranhões de rede de pesca em vários pontos do corpo. Um pedaço da rede se estendia desde a boca ao topo da cabeça, próximo do orifício respiratório. A equipe se aproximou dos animais para tentar remover a rede usando um gancho preso a uma vara. A tentativa não obteve sucesso porque os animais não permitiram uma aproximação suficiente. “O filhote estava nadando bem, mas não sabemos se aquele pedaço de rede poderia afetá-lo na hora de mamar”, destaca Milton.

Artur Queiroz/Ascom

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui