Baiano de 17 anos é único finalista das Américas na Competição de Redação Política da Juventude

Baiano de 17 anos é único finalista das Américas na Competição de Redação Política da Juventude
Foto: Arquivo Pessoal

Um estudante baiano de 17 anos, apaixonado por filosofia e política internacional, passou para a 2ª fase da Youth Political Essay Competition ou, na tradução literal, Competição de Redação Política da Juventude, organizada pela escola Jeannine Manuel School, na França. Ele foi o único representante, em todo o continente americano, a passar para a fase final do concurso, com uma redação que fala sobre populismo, cordialidade brasileira e o governo contra o Estado.

O adolescente Lucas Teixeira Lopes, de Salvador, é estudante do 3º ano no Colégio Leffler, que fica no bairro da Pituba, na capital baiana. Em entrevista, nessa quarta-feira (23), ele contou que foi convidado para competir no concurso através de uma aluna que estuda na escola francesa.

Os dois estudantes se conheceram em fevereiro deste ano, durante uma simulação da Organização das Nações Unidas (ONU), na Universidade de Harvard, que fica nos Estados Unidos.

De acordo com Lucas, a 2ª fase do concurso vai contar com a participação de Nicolas Sarkozy, o ex-presidente francês, o professor de economia da Universidade da Califórnia, David Shulman, a jornalista belga Christine Ockrent e a ativista iraniana Homayra Sellier. A competição vai acontecer online, mas ainda não há data definida.

“A primeira reação que eu tive foi de agradecimento para todo mundo que me ajudou. Me sinto muito privilegiado, tenho acesso a internet, tenho um computador que posso fazer pesquisas, uma equipe de professores muito grande, tenho todos esses recursos”, contou o estudante.

“Não necessariamente é um apoio físico, mas tem uma parte sentimental que conta muito. Eu sinto que tenho de dar em algo em troca, é uma dedicação total para retribuir o apoio”, completou.

Segundo Lucas, na 1ª fase da competição, foi necessário fazer uma redação com 850 palavras, em inglês, sobre qual o problema social mais urgente que o país do estudante participante está enfrentando atualmente.

“Eu escrevi sobre populismo, a cordialidade brasileira e a minha visão sobre o desenvolvimento do governo contra o estado, sobre a persona política dos representantes. O que é a cordialidade? Você atribui um sentimento a outra pessoa politicamente. Isso faz muito sentido. De uma maneira geral, nossa cultura atribui sentimentos fortes às nossas personalidades políticas”, disse.

Foi então que, na semana passada, Lucas recebeu a notícia que passou para a 2ª fase da competição. Ele e mais outros cinco estudantes do Reino Unido, Coreia do Sul, Índia, Maldivas e França, foram selecionados para a final.

Nesta 2ª fase, os estudantes terão que trazer uma solução sobre o problema social que falaram na primeira redação. Além disso, eles também farão uma apresentação oral para defender a solução e, depois, passarão por uma sessão de perguntas da bancada.

“Já estou com uma ideia em mente, que envolve educação, quero fazer uma coisa que me diferencie e me destaque dos outros textos. Os outros textos falam sobre problemas físicos, estruturais, problemas de logísticas. Falar sobre populismo, envolve mais subjetividade e educação”, explicou Lucas.

O estudante explicou ainda que o primeiro lugar da competição recebe mil euros (equivalente a R$ 6.500) para financiar a solução do problema proposto. O 2º lugar recebe 500 euros (mais de R$ 3 mil) e 250 euros (pouco mais de R$ 1,5 mil) para a 3ª posição. As outras colocações receberão títulos de Advogado Social da Juventude.

Nas redes sociais do colégio onde Lucas estuda, foi publicado um vídeo onde ele explicou um pouco sobre o processo da 1ª fase do concurso.

Lucas contou que, desde pequeno, se interessava mais nos assuntos de filosofia e política. Para ele, as oportunidades se abriram depois de entrar no ensino médio e participar de um grupo estudantil chamado “MUNiacs”, que trabalha com as simulações da ONU.

“Desde pequeno gostava muito de falar, o ímpeto veio quando começou os assuntos voltados para humanísticos e filosofia. Eu não tinha muita oportunidade de expressar isso em nenhum ano. Quando eu entrei no ensino médio, nesses projetos de simulação, eu tive a oportunidade de desenvolver isso, gosto de falar sobre política, principalmente internacional”, contou o estudante.

No grupo estudantil, Lucas também é diretor de educação e coordena outros professores do mundo inteiro, que também são estudantes.

“Eu dou aulas principalmente focado em oratória, em negociação, em como se portar, como fazer uma negociação de pessoas que talvez pense diferente de você. Obviamente é sem remuneração, é um grupo estudantil internacional e não tem nenhuma outra instituição envolvida. A gente faz o que a gente gosta e quer ajudar os estudantes do mundo inteiro”, completou.

Fonte: G1

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