Motivado pela solidariedade, um grupo de mais de 80 voluntários da Interbusca- Desaparecidos tem contribuído nas investigações, em parceria com a Delegacia de Proteção à Pessoa (DPP), dos casos de pessoas desaparecidas. Apesar das dificuldades financeiras, a instituição não governamental, que é mantida por voluntários, vem desenvolvendo medidas preventivas, orientações às crianças e adolescentes, além de auxiliar a policia na busca e no combate ao trafico internacional de pessoas em todo o estado. Na Bahia, 4 mil pessoas estão desaparecidas, segundo Paulo Reis, presidente da ONG.
De acordo com Paulo Reis, presidente da Interbusca, após assistir pela TV o desespero de uma mãe, que depois de várias tentativas junto aos órgãos responsáveis acabou encontrando a filha sozinha, ele decidiu, junto com alguns colegas, criar um espaço que pudesse oferecer orientação e conforto para essas pessoas. Segundo ele, de janeiro de 2011 a junho deste ano, 87 casos envolvendo pessoas desaparecida foram solucionados. São realizados em media cerca de 15 atendimentos diários.
A Interbusca conta atualmente com 87 investigadores voluntários incluindo um professor de gestão de segurança que oferece treinamento de capacitação para os participantes, além de uma pedagoga e uma assistente social. Para ser voluntário é preciso ter o ensino médio completo e idade acima de 21 anos.
Um dos casos conhecidos foi o do auditor fiscal encontrado em Saubara, Recôncavo da Bahia, em 2012. Ainda de acordo Reis, os investigadores também atuam junto à Policia Federal no combate ao trafico internacional de pessoas. “Esse é um voluntariado diferenciado, por isso temos investigadores espalhados em todos os bairros colhendo de familiares e conhecidos as informações possíveis sobre o desaparecido. Infelizmente, a falta de recursos tem sido um grande problema, já que a instituição é mantida por doações mensais no valor de R$ 20 feita por cada um dos voluntários, o que não é suficiente para arcar com as despesas”, explicou.
Entre os casos mais comuns de desaparecimento estão os maus-tratos e envolvimentos com drogas. Os adolescentes e jovens, com idade entre 15 e 21 anos, e os idosos lideram a lista. De acordo com Reis, em todo Brasil são mais de 53 mil pessoas desaparecidas. Os voluntários realizam investigações de campo além de cadastro em todos os sites internacionais de busca em seis idiomas.
O recomendado, segundo Reis, é que as famílias que tiveram um parente desaparecido registrem queixa na Delegacia de Proteção à Pessoa para depois fazer o cadastro na Interbusca, que fica localizada na Avenida Sete de Setembro, no Edifício Adolfo Basbaum ou acessando os sites: www.interbuscadesaparecido.webnode.com.br/ e www.pessoasdesaparecidas.org/ ou pelo telefone (71) 3489-0333.
Fonte: Rivânia Nascimento/Tribuna da Bahia