Pesquisa da FGV, encomendada pelo Ministério da Cultura, revela o perfil das Bibliotecas Públicas Municipais (BPMs) de todo o país. Mapeamento permitirá o aperfeiçoamento das políticas para o setor
O 1º Censo Nacional das Bibliotecas Públicas Municipais mostra que, em 2009, 68% dos municípios baianos possuíam ao menos uma biblioteca aberta, o que corresponde a 301 bibliotecas em 285 municípios. Em 24% dos casos ainda em fase de implantação e 7% estão fechadas ou nunca existiram. Considerando apenas as que estão em funcionamento, são 2,06 bibliotecas por 100 mil habitantes.
As BPMs emprestam 115 livros por mês e concentram acervo entre 2 mil a 5 mil volumes (44%). Menos da metade possui computador com acesso à internet (26%) e somente 15% oferecem este serviço para o público. Os usuários frequentam o local três vezes por semana e utilizam o equipamento preferencialmente para pesquisas escolares (81%). Praticamente todas funcionam de dia (99%), de segunda a sexta (100%), algumas aos sábados (5%), poucas aos domingos (1%). No período noturno, 44% estão abertas aos usuários. A maioria dos dirigentes das BPMs são mulheres (79%) e poucos têm nível superior (37%).
Foram pesquisados todos os 5.565 municípios brasileiros. Em 4.905 municípios foram realizadas visitas in loco para a investigação sobre a existência e condições de funcionamento de BPMs, no período de setembro a novembro de 2009. Os 660 municípios restantes – identificados sem bibliotecas entre 2007 e 2008 pelo Sistema Nacional de Bibliotecas Públicas e atendidos pelo Programa Mais Cultura com a instalação de BPMs – foram pesquisados por contato telefônico, até janeiro deste ano.
O Censo Nacional tem por objetivo subsidiar o aperfeiçoamento de políticas públicas em todas as esferas de governo – federal, estadual e municipal – voltadas à melhoria e valorização das bibliotecas públicas brasileiras. Segundo o levantamento, em 420 municípios as BPMs foram extintas, fechadas ou nunca existiram. Deste total, 29 estavam no estado. O MinC- por meio da Fundação Biblioteca Nacional, com recursos do Programa Mais Cultura, e em parceira com as prefeituras municipais, promoverá a implantação ou reinstalação dessas bibliotecas, com a distribuição de kits com acervo de dois mil livros, mobiliário e equipamentos, no valor de R$ 50 mil/cada, totalizando R$ 1,45 milhão no estado. As BPMs receberão, ainda, Telecentros Comunitários do Ministério das Comunicações.
Bahia é o 2º estado que mais precisa de bibliotecas na região
A Bahia é o 2º estado com maior número de municípios, no Nordeste, que mais receberão kits de implantação de bibliotecas: 29. A região tem 161 cidades sem bibliotecas – é o maior número nacional. Segundo a pesquisa, 68% dos municípios baianos possuem o equipamento.
A região tem uma média de 2,23 bibliotecas por 100 mil habitantes. Na Bahia são 2,06. A cidade baiana com maior índice é Barreiras (1,45). O pior índice do estado é em Salvador (0,06).
Baianos não vão às bibliotecas para o lazer
Os baianos não vão às BPMs para o lazer. A média nacional é 8%. Mas, assim como no restante do Brasil, o uso é maior para pesquisas escolares (81%), superior à média nacional (65%).
Os assuntos mais pesquisados nas bibliotecas da região são Geografia e História (95%); obras gerais – enciclopédias e dicionários – (81%) e Literatura (80%). A resposta a esta questão era de múltipla escolha e, portanto, a soma é superior a 100%.
Frequência dos usuários a biblioteca é maior que a média nacional
Segundo o levantamento, a média de visita às BPMs é de 3 vezes por semana, acima do índice nacional (1,9/semana).
Acervo médio entre 2 mil e 5 mil volumes, como no restante do país
A maior parte das bibliotecas tem acervo de 2 mil a 5 mil volumes (44%). Nas demais faixas: entre 5 mil e 10 mil (28%), acima de 10 mil (12%) e abaixo de 2 mil (16%). Na média brasileira, as bibliotecas têm acervo entre 2 mil e 5 mil (35%).
Empréstimos de livros abaixo da média nacional
A Bahia tem uma média de empréstimos de livros (115/mês), abaixo da nacional (296/mês).
Cerca de 5% das BPMs oferecem serviço para pessoas com deficiência
Apenas 5% das BPMs oferecem serviços para deficientes visuais (audiolivros, livros em Braille, etc), índice inferior ao nacional (9%). No caso de serviços especializados para surdo-mudos, deficientes mentais ou físicos, o índice cai para 3%. A média nacional é 6%.
BPMs que funcionam à noite são quase o dobro da média nacional
À noite, 44% das bibliotecas baianas estão abertas, equivalente a quase o dobro da média nacional (24%). Segundo a pesquisa, quase todos os estabelecimentos funcionam de dia (99%), de segunda à sexta (100%). Mas a pesquisa mostrou também que 5% abrem aos sábados – menos que a média brasileira (12%) – e 1% aos domingos (igual ao índice nacional).
Menos da metade dos estabelecimentos têm internet
O estado tem menos bibliotecas com internet (26%) que a média nacional (45%). E em apenas 15% das BPMs os usuários têm acesso à rede, abaixo da média brasileira (29%).
Bibliotecas baianas têm mais funcionários que a média nacional
As BPMs baianas têm mais funcionários (6,1) que a média brasileira (4,2). O levantamento mostra que 79% dos dirigentes das bibliotecas são mulheres e menos da metade dos dirigentes tem nível superior (37%). No Brasil são 84% mulheres e 57% com nível superior.
Fonte: Ascom do Ministério da Cultura