O Brasil registrou 113 casos de violência contra lideranças políticas entre janeiro e março deste ano, um aumento de 48,7% em relação ao trimestre anterior. Os dados são do Observatório da Violência Política e Eleitoral da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
A pesquisa catalogou 113 registros no primeiro trimestre de 2022, distribuídos por 23 estados do país. O Rio de Janeiro lidera o ranking, com 14 casos, seguido da Bahia (12), Pará (12) e São Paulo (11). Apenas Amapá, Distrito Federal, Piauí e Santa Catarina não tiveram episódios.
O coordenador do Observatório, Felipe Borba, aponta que a violência política tende a seguir o calendário eleitoral. “Conforme vai se aproximando da eleição, os casos de violência aumentam. E aumenta também a intensidade dessa violência”, colocou à CNN.
O Observatório considera como violência política “qualquer tipo de agressão que tenha o objetivo de interferir na ação direta das lideranças políticas”, como limitar atuação, silenciamento, imposição de interesses e eliminação de oponentes.
O principal tipo de violência registrado no período foi a ameaça, com 52 casos (46% dos registros). Os homicídios aparecem na segunda colocação, com 21 casos (18,6%).
Ainda foram registrados 18 atentados (15,9%), 15 agressões (13,3%), seis homicídios de familiares (5,3%) e um atentado contra familiar de liderança política (0,9%).
“Nesse momento, as ameaças, os homicídios têm um propósito muito claro de dissuadir políticos de concorrem ao cargo. Nesse momento de pré-campanha, se busca a intimidação das candidaturas, tentando tirar aquelas mais competitivas”, coloca Borba.
Entram nas estatísticas os episódios que têm como vítimas políticos já eleitos, ex-políticos, candidatos, ex-candidatos, pré-candidatos e servidores da administração pública.
O Observatório monitora os casos que são noticiados pelo Brasil e confirma com outras fontes para descartar mortes naturais, acidentais ou com causa desconhecida.
Fonte: CNN Brasil