A Bahia é o estado do país com maior déficit de leitos de UTI neonatal, segundo uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (5) pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Esses tipos de leitos são específicos para crianças prematuras, que nascem antes de completar 37 semanas e que apresentam quadros clínicos graves. Teixeira de Freitas é um dos municípios que possui a UTI neonatal.
Conforme o levantamento, a Bahia conta atualmente com apenas 332 leitos de UTI neonatal, que recebem crianças de até 45 dias. O ideal para atender toda a demanda do estado, no entanto, conforme a pesquisa, seria mais que o dobro da quantidade disponível.
A pesquisa aponta que em todo Brasil há um déficit de 3.305 leitos. No país, conforme o levantamento, nascem quase 40 bebês prematuros por hora – mais de 900 por dia.
A Sociedade Baiana de Pediatria diz que, graças às novas tecnologias que permitem o diagnóstico precoce de doenças em mães e filhos, nascem muito mais bebês atualmente do que há 20 anos. No entanto, segundo o órgão, os bebês precisam cada vez mais de cuidados especiais nos primeiros dias de vida.
“Esses bebês nascem com uma prematuridade e, daí, a necessidade de ir para a UTI. A falta de leitos é grave, realmente, porque esses bebês perdem a chance de uma sobrevida. Alguns chegam a morrer antes que se dê todo esse atendimento adequado”, destaca a presidente da Sociedade Baiana de Pediatria, Dolores Fernandes.
Por meio de nota, a Secretaria de Saúde da Bahia (Sesab) informou que a Central Estadual de Regulação está acompanhando o caso da filha de Áurea e está em busca de leito compatível com o perfil da paciente.
O Ministério da Saúde disse que o número de leitos de UTI neonatal que atendem pelo SUS teve um aumento de, aproximadamente, 10% entre os anos de 2015 e 2018, totalizando 4.697 leitos disponíveis na rede pública em todo o país. Segundo a pasta, os gestores estaduais e municipais são quem definirem a quantidade de leitos que devem ser oferecidos à população.
O órgão destacou, ainda, que, desde 2011, incentiva a abertura de novos serviços por meio da Rede Cegonha, que garante recursos adicionais para os gestores. Ainda de acordo com o Ministério, foram investidos mais de R$ 230 milhões na estratégia até então.