Neste ano, pelo menos 159 pessoas morreram infectadas pelo vírus da gripe H1N1 (também chamada “gripe A” ou “gripe suína”) no Brasil. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde (MS), na quarta-feira, 18, contabilizaram, de janeiro a julho, 1.449 ocorrências da doença no País.
A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) confirmou sete casos de infecção pelo H1N1 na Bahia, superando a marca alcançada em 2011, quando não houve registros.
A Divisão de Vigilância Epidemiológica de Feira de Santana (a 108 km de Salvador) monitora quatro casos suspeitos: dois bebês recém-nascidos e dois adultos.
Segundo dados da Sesab e MS, nos primeiros sete meses não houve óbitos na Bahia. Na região Nordeste, o Ceará possui o maior número de ocorrências: foram 48 notificações e seis óbitos.
Contágio
Na avaliação do infectologista Claudilson Bastos, a baixa incidência da gripe suína no Estado, comparado a outras regiões brasileiras, se dá por conta de diferenças de temperatura. “Nos locais mais frios, as pessoas costumam ficar mais aglomeradas e frequentar ambientes fechados, o que facilita a transmissão do vírus”, explica Bastos.
De acordo com o especialista, o contágio pelo vírus pode acontecer por meio do contato direto ou por via aérea. “Por meio das gotículas de saliva produzidas quando um paciente infectado espirra ou fala”, analisou.
Para evitar a transmissão da doença, continua Bastos, o paciente deve utilizar máscara cirúrgica ou, caso necessite espirrar, utilizar lenços descartáveis e, em último caso, usar a parte interna do antebraço para conter o espirro. “Ao invés de colocar a mão, que é um canal fácil de contaminação”, orienta.
Ainda é difícil distinguir, em uma análise superficial, o tipo de gripe pela qual o paciente foi infectado. “O que só é possível após análise laboratorial”, argumenta o infectologista.
Segundo ele, ao contrário dos demais vírus da gripe, comuns no inverno, o H1N1 é mais resistente e circula durante todas as estações do ano. “Por isso que, geralmente, as campanhas de vacinação ocorrem antes do período de inverno”, explica.
De acordo com a Sesab, cerca de 1,7 milhão de pessoas foram vacinadas contra a gripe na campanha deste ano.
Ainda conforme a secretaria, a vacina para gripe comum é conjugada, o que fornece imunidade aos demais tipos de vírus da doença. A Sesab explica que a vacina mantém o paciente imune por um ano.
A orientação para a população é procurar, imediatamente, uma unidade de saúde, em caso de apresentar os sintomas da gripe: febre, dor no corpo, sonolência, falta de apetite, tosse, coriza, náuseas, vômitos e diarreia.
Tratamento
De acordo com o MS, a gripe H1N1 pode ser tratada com o antiviral Oseltamivir (Tamiflu). Segundo o órgão, este ano foram distribuídas cerca de 418 mil caixas do medicamento para os estados.
Do total repassado, informou o ministério, 51.190 caixas foram para os estados da região Sul. Santa Catarina (587), Paraná (148) e Rio Grande do Sul (104), que somavam 839 casos, onde ocorreram 104 óbitos, segundo informações do ministério.
Fonte: Franco Adailton/A Tarde