A aérea brasileira Azul informou nesta segunda-feira (11) que assinou um acordo de intenções para comprar parte das operações da Avianca Brasil por US$ 105 milhões. O objetivo da proposta é criar uma Unidade Produtiva Isolada (UPI), prevista pela lei de recuperação judicial.
A Avianca, quarta maior companhia aérea do país, está em recuperação judicial desde dezembro do ano passado. A companhia acumula anos de anos de crescentes prejuízos e atrasos em pagamentos de aeronaves.
O negócio incluirá a compra de ativos selecionados, como o certificado de operador aéreo da Avianca Brasil, 70 pares de slots (direitos de pouso e decolagem em certos aeroportos) e aproximadamente 30 aeronaves Airbus A320.
Em comunicado, a Avianca informou que a prioridade das negociações entre com a Azul é fazer com que passageiros e funcionários tenham seus direitos garantidos e que as operações não sofram alterações.
O processo de aquisição dos ativos está sujeito a condições, como a conclusão de um processo de diligência, a aprovação de órgãos reguladores e credores, assim como a conclusão do processo de recuperação judicial. A expectativa é que esse processo dure até três meses, informou a Azul.
A companhia disse ainda que manterá seus acionistas informados sobre a transação.
Plano de recuperação
Em comunicado, a Avianca informou nesta segunda que a revisão de seu plano de recuperação judicial será apresentada nos próximos dias, com a nova estrutura da empresa que terá como foco suas rotas estratégicas.
“Com isso, Avianca Brasil se tornará mais forte e viável para enfrentar a atual conjuntura do mercado brasileiro”, informou a companhia. A Avianca também informou que pretende realizar a assembleia geral de credores o “mais breve possível” e reforçou que segue operando normalmente.
Entre o fim de 2016 e setembro de 2018, os passivos da Avianca Brasil para empresas de leasing de aeronaves quintuplicaram para R$ 415 milhões, de acordo com as demonstrações financeiras da empresa.
A companhia está atrasando o salário de pilotos e comissários desde janeiro. Na semana passada, trabalhadores do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) se reuniram e deram o prazo de quarta-feira (13) para que a empresa se posicione antes de um novo encontro para discutir uma eventual paralisação.
A Avianca Brasil é separada da Avianca Holdings, com sede na Colômbia. Mas elas pertencem a um mesmo grupo, do empresário boliviano German Efromovich.
Fonte: G1