Autoimagem e fé cristã

“Pois pela graça que me foi dada digo a todos vocês: ninguém tenha de si mesmo um conceito mais elevado do que deve ter; mas, pelo contrário, tenha um conceito equilibrado, de acordo com a medida da fé que Deus lhe concedeu.” (Romanos 12.3)

Paulo escreve magistralmente sobre a doutrina cristã até o capítulo 11 de sua carta Aos Romanos. Refiro-me aos conceitos, ideias e afirmações cristãs sobre a vida, Deus, seu amor por nós, o pecado e o perdão. No capítulo 12 ele abre uma nova seção. Nela o tema é o viver cristão e nos ensina que a fé cristã precisa ser prática, precisa revelar-se em nossas atitudes, compromissos, palavras e ações. O apóstolo abre essa seção falando sobre o que pensamos a respeito de nós mesmos, pois isso é muito importante em todo o processo. Ele não advoga que devemos pensar o pior, desmerecendo-nos, desvalorizando-nos. Isso não faz parte dos requisitos cristãos para a vida. Não precisamos e nem devemos praticar o autodesprezo, o autoflagelo, seja físico, seja emocional. A piedade cristã realiza-se por outros caminhos, não por este.

Também não devemos nos exaltar, empinar o nariz e o peito, inchados de orgulho, fazendo de nossa pretensa grandeza a nossa confiança. Este também não é o script cristão para a vida. No texto Paulo ocupa-se da auto exaltação, talvez em virtude de tudo que escreveu a respeito do amor, cuidado e graça que temos em Cristo. Nele somos mais que vencedores e quem poderá fazer contra nós acusação? O capitulo oito é especialmente encorajador, onde Paulo descreve maravilhosamente as benções da vida pela fé em Cristo. Porém somos alertados a guardar uma autoimagem equilibrada. Se verdadeiramente orarmos e atentamente buscarmos ouvir Deus, não seremos vítimas da presunção e nem da autocomiseração. Seu amor e graça nos equilibram, produzido serenidade, contentamento  e modéstia.

O mundo precisa de pessoas que tenham uma visão equilibrada de si mesmas. O orgulho e a presunção produzem males ao nosso redor. A autocomiseração faz mal a quem a hospeda. Para servirmos e agirmos como devemos à luz de nossa fé, precisamos do equilíbrio que somente a comunhões com Deus possibilita. Ele nos cura com Seu amor fazendo-nos saudáveis para a vida e os relacionamentos. Todos nós precisamos rever a autoimagem que carregamos. Naturalmente ela será desequilibrada, com raríssimas exceções. Precisamos de equilíbrio para sermos efetivos como cristãos. Para que nossa vida se revele verdadeiramente cristã e não sejamos apenas pessoas que acreditam nas coisas escritas na Bíblia. Isso é uma das coisas que separa cristãos de pessoas meramente religiosas.

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