Ataque da Rússia

Ataque da Rússia

A Rússia realizou um massivo ataque com mísseis em Kiev e outras cidades ucranianas na manhã desta segunda-feira (8), deixando pelo menos 30 mortos e mais de 100 feridos. O bombardeio na capital ucraniana atingiu o maior hospital infantil do país.

Nesta altura, penso na fase inicial da invasão que envolveu 70 mil soldados e 7 mil veículos blindados avançando em direção a Kiev há mais de dois anos. Parecia um ataque surpresa. “Em russo é ‘Nachalos'”, palavra dita pelo presidente da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, à sua mulher Olena. Tudo estava tranquilo quando começou o bombardeio. Os primeiros a mostrar perturbação, às quatro e trinta da madrugada, foram os animais. E já dura dois anos e quatro meses.

Durante a Operação Furacão, em 1956, as forças soviéticas levaram menos de quatro dias para ocupar a capital da Hungria e derrubar o governo, cujo líder, na ocasião, foi preso, torturado, considerado culpado de traição e, dois anos depois, executado. Na invasão soviética à Tchecoslováquia, em 1968, foram necessários dois dias para invadir o país e capturar Praga, ao passo que as forças especiais soviéticas precisaram de apenas algumas horas, na noite de 27 de dezembro de 1979, para invadir um palácio fortemente guarnecido em Cabul e assassinar o líder do Afeganistão. Desta vez, a Rússia não conseguiu derrubar o governo ucraniano.

A mistura tóxica de arrogância com ressentimento pela queda do Império da União Soviética levou a esta invasão e tantas mortes. Quantos horrores ainda teremos antes do fim?

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