A partir desta quinta-feira, 1º, os aposentados e pensionistas do INSS com rendimentos superiores a um salário mínimo passam a receber a diferença do reajuste de 7,72% concedido pelo governo federal no mês passado. Na prática, o aumento a partir deste mês será de 1,58%, já que em janeiro todos haviam recebido 6,14% de adiantamento. O aumento custará aos cofres públicos R$ 1,6 bilhão este ano.
Marinalva Santos, 66 anos, que sustenta a casa com o benefício de aproximadamente R$ 600, ainda não decidiu como vai direcionar o aumento, que considera pouco (um total de cerca de R$ 46), mas suficiente para ajudar em algumas despesas. “Já dá para pagar uma conta de luz ou comprar remédios. Gasto R$ 10 por mês com remédio de pressão e R$ 30 para a labirintite”, explica.
Com a aposentadoria de R$ 606, Niraldo de Souza, 68, e a esposa, Maria Cruz, 60, que também recebe o benefício no valor de um salário mínimo, sustentam juntos a família de oito pessoas. Como os valores do reajuste de ambos não chegam a somar R$ 100, Souza não vê perspectivas do que fazer com a diferença que passa a receber. “Não dá nem para imaginar o que fazer, porque não vai adiantar quase nada. Tem remédio para comprar e a família para sustentar”.
Segundo o presidente da Associação dos Pensionistas e Aposentados da Previdência Social da Bahia (Asaprev-BA), Gilson Costa, os custos com medicamentos ainda são os mais onerosos aos aposentados.
“Hoje, o aposentado gasta mais com a saúde do que com a própria alimentação. Se o Sistema Único de Saúde (SUS) funcionasse plenamente, haveria um casamento entre o que o indivíduo recebe para manter a família e o serviço prestado. Nas farmácias do governo, só encontram os remédios mais baratos. Os mais caros saem do bolso do aposentado”, reclama Costa.
Fonte: Alana Fraga / A Tarde On Line