“Quando, porém, Pedro veio a Antioquia, enfrentei-o face a face, por sua atitude condenável.” (Gálatas 2.11)
Amar e confrontar não são escolhas antagônicas ou excludentes. Confrontar é colocar-se diante de, é resistir. É impor limites. É dizer: “Auto lá! As coisas não podem ser assim!”. Confrontar não é fácil e nem agradável. Tanto para quem confronta como para quem é confrontado.
Paulo citou em sua carta aos gálatas que havia confrontado Pedro. Em Atos está registrado um confronto entre Barnabé e Paulo (Atos 15.35-40). Você tem enfrentado situações que levam ao confronto? Como tem sido para você? Embora desagradável não devemos evitar ou fugir de todo confronto, pois há confrontos necessários. Relacionamentos em que confrontos necessários são evitados, são relacionamentos que adoecem, que fazem mal. Quando não nos sentimos livres ou não temos coragem de discordar e confrontar, isso compromete a amizade, o carinho e o respeito.
Há uma certa maneira de se compreender a piedade cristã que leva as pessoas a agirem como se ceder e evitar o confronto a todo custo fosse um mandamento cristão. E nessa prática alguns comprometem a própria sanidade. Isso é um erro e não é parte do Evangelho. Jesus confrontou pessoas. Os fariseus muitas vezes e aos seus discípulos também. Ele confrontou a falta de fé deles e foi duro com Pedro e os filhos de Zebedeu quando julgou necessário. Há espaço para o confronto na fé cristã pois a fé cristã tem compromisso com a vida saudável. Entre pecadores, o confronto será sempre uma possibilidade e algumas vezes uma necessidade. Como então devemos agir diante da necessidade de confrontar?
O amor é o centro da nossa fé. Devemos agir respeitando a ética do amor. Podemos ser firmes, podemos pedir retratação e mesmo reparação. Amar não é aceitar tudo. As vezes a confrontação precisa vir em forma de distanciamento ou mesmo de uma palavra desconcertante. Apertar as mão e sorrir quando o correto seria confrontar é um erro. E não honra a Deus. É uma deturpação da piedade cristã.
O amor é confrontador, porque ele não se alegra com a injustiça, mas alegra-se com a verdade. O amor, por outro lado, não se ira facilmente e nem guarda rancor. O amor supera tudo, mas não se furta de conversas difíceis e de enfrentamentos desgastantes. Que aprendamos a confrontar sem deixar de amar e a amar sem fugir do confronto. Que abençoados por Deus sejamos semeadores da paz, sendo capazes de compreender que, há situações em que, somente confrontando o mal é que a paz se estabelecerá.