Ainda segundo dados do índice FipeZap de Locação Residencial, alugar um imóvel ficou 11,11% mais caro em um ano; indicador acompanha a variação de 25 cidades brasileiras
A locação residencial no país fechou o mês de maio com um aumento de 1,70%. O levantamento foi apresentado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas- FipeZap. A alta praticada no mês supera a inflação mensal medida pelo IPCA (0,47%).
Entre as capitais avaliadas, São Paulo apresenta o valor médio mais elevado do país. Na capital, o metro quadrado chega a R$ 42,11. Recife vem em seguida, R$38,83, Brasília R$ 35,15 e Rio de Janeiro R$ 34,81.
Nos últimos 12 meses o valor dos aluguéis acumula o reajuste de 11,11%, encostando no índice de inflação para o período de 11,73% divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística- IBGE.
Para o mercado das imobiliárias, o ano começou com recordes de reajustes. Em fevereiro, o preço médio para locação registrou a maior alta mensal dos últimos onze anos, 1,36%. Para o economista da Fundação Getúlio Vargas, Alberto Ajzental, a subida de preço já era esperada.
“Normalmente as pessoas esperam passar as festas de fim de ano para escolherem seus imóveis e assumirem os compromissos de locação. São mais pessoas alugando, menos ofertas disponíveis. É um comportamento comum no mercado em fevereiro. Já os meses de janeiro e julho a procura cai”. Explica o professor Alberto Ajzental.
O professor explica ainda que, o mês de maio, consolida uma sequência de ascensão de preços que equilibra os interesses entre inquilino e proprietário.
“No início do ano, o acumulado de reajustes chegava apenas à metade da inflação. A margem de lucro do proprietário era menor, inferior inclusive ao rendimento da poupança. Agora, não. Por outro lado, o índice ainda não bateu a inflação, mantendo a vantagem para o inquilino.
Para Fábio Tadeu Araújo, economista da FAU Business e especialista em mercado imobiliário, a perda de poder aquisitivo da média da população brasileira freou uma subida ainda mais significativa dos preços.
“A renda média do brasileiro regrediu a valores de dez anos atrás. Se os recursos diminuem, as famílias não têm como arcar com os aluguéis e pressionam a renegociação dos contratos. Sem acordo, o inquilino procura por outro imóvel, mais barato. O que leva a uma redução do preço médio dos imóveis disponíveis para a locação”, explica o economista Fábio Tadeu Araújo.
Uma das modalidades que tem atraído cada vez mais o investidor de imóveis é de aluguéis por diária. As possibilidades de ganho podem apresentar lucros mais rápidos, porém, é preciso que o imóvel apresente a “vocação” para o negócio.
“O imóvel precisa apresentar bom estado de conservação e localização destacada. Também demanda o acompanhamento contínuo da entrada e saída do inquilino, que acaba virando hóspede. É preciso gerir as entradas e saídas, garantindo a integridade dos imóveis”, concluiu o economista Alberto Ajzental.
Fonte: CNN Brasil