Alma sedenta

“Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus. A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo. Quando poderei entrar para apresentar-me a Deus?” (Salmos 41.1-2)

Com o que nos sentimos semelhantes? Há vezes que nos sentimos como uma rocha: Fortes e inabaláveis. Há outras que nos sentimos como uma relva: Frágeis e breves. É como os salmistas falam de si em seus salmos. Em certo momento eles são fortes e cheios de certezas. Confiam em Deus e nada parece poder abalá-los: “Os que confiam no Senhor são como o monte Sião, que não se pode abalar, mas permanece para sempre.” (Sl 125.1). Mas há também momentos de fragilidade. A confiança não está perdida, mas o sentimento é de fragilidade: “A vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava.” (Sl 103.15-16) Somos assim e nos sentimos assim. Mas sempre os salmos nos levam para Deus. E o desta semana nos vem de uma alma em crise. Talvez, como nunca antes, ansiando por Deus.

Neste o salmista pensando em si, lembra-se de uma corça sedenta. A corça é um animal frágil e vulnerável. Ao seu lado nenhum outro corre riscos mas ele próprio corre riscos diante de vários. O que angustia esta corça é sua sede. Ela precisa de água e ainda não a encontrou. Sua atenção está toda voltada para encontra-la. A sede parece prolongada e a ânsia já faz seu coração bater mais rápido. Achar água é tudo que a domina. O salmista anseia por Deus. O que o levou a este momento, em que nada mais sobrou e ninguém mais importa, senão Deus? Ele não revela, mas nos deixa saber que está em sofrimento e se Deus não o socorrer, não haverá saída. Sua fé está sendo testada. Há perguntas vindas de dentro e de fora. Onde está Deus? Por que Deus não age? Ele tem poder! Ele é Deus! Por que o silêncio?

Não é simples atravessar o vale das sombras e morte de que falou Davi (Sl 23.4). A falta de luz, os sons incertos e fragilizantes que a dor pode produzir na alma, amedrontam. Sentindo-se assim o salmista anseia por Deus. É o que devemos fazer: Ansiar por Deus. Colocar nEle intensamente e intencionalmente nossas esperanças. Esperar por Ele e clamar por Ele com a perseverança de uma corça sedenta. É em meio a dor, muitas vezes, que as sementes da graça de Deus alcançam o terreno mais fértil de nossa alma. Não gostamos da dor e se pudermos escolher, sempre a evitaremos. Mas, como disse Jesus, neste mundo estamos sujeitos a aflições. Porém, podemos ficar em paz e manter o ânimo (Jo 16.33). Ele venceu o mundo e sua vitória pode ser e será a nossa. Como podemos ter certeza? A sede. Se como o salmista tivermos sede de Deus.

 

ucs

 

 

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