Sessão especial da Assembleia Legislativa da Bahia aconteceu na noite desta quarta, 24, com apresentações do BTCA, OSBA e Neojiba
Foto: Lucas Rosário/Ascom SecultBAOs 50 anos do Teatro Castro Alves (TCA) foram celebrados em sessão solene da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), na noite desta quarta-feira, 24 de maio. Reunindo autoridades e grande público, a Sala Principal do TCA, oficialmente inaugurada em 4 de março de 1967, foi, mais uma vez, palco para atos políticos e artísticos, com a participação dos dois corpos estáveis da Bahia: o Balé Teatro Castro Alves (BTCA) e a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), que se apresentou juntamente com membros dos Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia (Neojiba).
Proposto pela deputada Fabíola Mansur, presidente da Comissão de Educação, Cultura, Ciência, Tecnologia e Serviços Públicos da Alba, a homenagem foi aberta com a execução do Hino Nacional Brasileiro, sob regência especial do maestro Eduardo Torres. No palco, a mesa oficial foi composta, além da própria Fabíola, pelo deputado Ângelo Coronel, presidente da Alba; pelo deputado Zé Neto, líder do governo na Assembleia; pelo secretário de Estado da Cultura, Jorge Portugal, também representando o governador Rui Costa; pela diretora da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), Fernanda Tourinho; e pelo diretor do TCA, Moacyr Gramacho.
Foto: Lucas Rosário/Ascom SecultBA“A Alba vem celebrar o teatro vivo, o BTCA, a Osba. Também celebra o Neojiba, o TCA.Núcleo, a Série TCA, o Domingo no TCA”, enumerou Fabíola Mansur, na fala de abertura, citando os corpos artísticos e alguns dos principais projetos promovidos pelo complexo. Num discurso que fez a retomada de toda a história deste meio século e a importância do TCA para a sociedade baiana, a deputada sentenciou: “O artista vai aonde o povo está, e a Alba deve fazer o mesmo. E temos de falar de orçamento”.
O deputado Zé Neto foi o segundo a ter voz. “Não tem como estar em Salvador e não ter uma história com esse teatro. Que ele continue alimentando nosso amor pela democracia”, afirmou.
Fotos: Lucas Rosário/Ascom SecultBAContextualizando o lugar do TCA numa estrutura de políticas públicas para a cultura e o compromisso de alinhamento a diretrizes que visam ao desenvolvimento da Bahia, o diretor Moacyr Gramacho rememorou uma história exemplar, proporcionada pelo projeto Domingo no TCA, que, há dez anos, vem permitindo que novos públicos experimentem estar no Teatro Castro Alves, com ingresso no valor de R$1. “Uma senhora se sentou na primeira fila, nesta primeira poltrona à esquerda. Uma colaboradora foi até ela, alertá-la de que aquele lugar não lhe daria uma boa visão do show, e ela respondeu: ‘Minha filha, não vim ver o show, vim ver a cortina vermelha abrir e fechar, porque nunca vi isso antes!’”. Gramacho assegurou que este momento representa a essência da gestão, ocupada em manter viva e acessível a mágica desta relação com públicos e profissionais da cultura.
Fernanda Tourinho destacou o reconhecimento da Alba para a cultura e o lugar do TCA na cadeia produtiva da cultura na Bahia. “O TCA é o vértice desta cadeia. Para a Funceb, é fundamental manter a sua excelência para que este palco continue sendo uma conquista de caminhadas de sucesso”, disse ela.
Foto: Lucas Rosário/Ascom SecultBAO secretário Jorge Portugal comentou: “A Alba representa o povo, e é representando o povo que estamos aqui reverenciando esta casa maior da cultura e da arte da Bahia”. Ao relembrar histórias vividas naquele lugar, Portugal citou um show onde Chico Buarque convocou a plateia num chamado – “O teatro é do povo!” –, em plena ditadura militar, na década de 1970. “Gostaria de dizer que não apenas o teatro, não apenas Brasília: todo o Brasil é do povo”, continuou o secretário, que finalizou se comprometendo com uma retomada: “Queremos trazer de volta o projeto ‘Sua Nota É um Show’. Junto com o Domingo no TCA, queremos uma explosão de inclusão popular neste complexo”, concluiu.
Fechando as falas, o deputado Ângelo Coronel defendeu que a Alba deve falar e ouvir a voz da Bahia, além de se comprometer com o resgate da dignidade da política neste momento. “Reverenciar o TCA e a cultura é um excelente modo de fazer isso”, opinou.
Foto: Lucas Rosário/Ascom SecultBAMúsica e dança – Encerrada a sessão solene, OSBA e Neojiba executaram o Hino ao 2 de Julho. Depois, o BTCA encenou seu mais novo espetáculo, Lub Dub, criado pelo dançarino, coreógrafo, compositor e ex-rapper sul-coreano Jae Duk Kim, diretor da Modern Table Dance Company, com sede em Seul.
Com 10 bailarinos em cena, Lub Dub utiliza a percussão como motivação sonora. A estrutura coreográfica se desenvolve alternando movimentos de tração e estremecimento, intercalando cenas dinâmicas e estados de relaxamento e mantendo as características peculiares do coreógrafo, que utiliza o ritual e o contemporâneo, oscilando do silêncio absoluto à vertigem, sempre em estreita relação com a trilha sonora.
Comemorações – Os 50 anos do Teatro Castro Alves marcam um ano inteiro de comemorações. Desde o mês de março, diversos eventos e ações já se deram em torno do cinquentenário, que ainda motiva o lançamento de uma plataforma digital que registrará as suas mais relevantes histórias. Trata-se de um site dinâmico e repleto de informações sobre cada uma das atividades já acontecidas, aberto à construção colaborativa. Os conteúdos serão consolidados com a participação pública, alimentados continuadamente, aos olhos de todos, até o fim de 2017. “Não é simples reconstruir esta trajetória, por isso a colaboração de quem a viveu e testemunhou será bem-vinda, e essencial. A memória é estruturante, e nos leva adiante”, estimula o diretor Moacyr Gramacho. A página estará no ar a partir do mês de junho.