Ainda que eu não entenda

“Como diz a Escritura: Todo o que nele confia jamais será envergonhado. Não há diferença entre judeus e gentios, pois o mesmo Senhor é Senhor de todos e abençoa ricamente todos os que o invocam, porque todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo.” (Romanos 10.11-13)

Uma questão recorrente e dirigida a cristão é quanto a unicidade da salvação por meio de Cristo. Como pode ser assim diante de um mundo tão diverso,

com tantas culturas, em que há povos cuja orientação espiritual simplesmente ignora essa pessoas história chamada Jesus de Nazaré? Bem, claro está nas Escrituras que Jesus é o Salvador para todos os povos, de todos os tempos, de todas as culturas. Os joelhos de nós todos se dobrarão diante dele e a língua de nós todos confessará: Jesus é o Senhor. Não haverá confissões diferentes. Será uma somente.

Como Deus tem articulado a história da salvação ao longo da história da humanidade nos parece incompreensível, não podemos alcançar. A fé cristã sempre foi chocante para a mentalidade humana. Mesmo em seu início, entre os próprios judeus. Paulo escreveu que o Evangelho de Cristo era um escândalo. Para os gregos era uma loucura. Mas, tanto para gregos como para judeus que criam, era o poder de Deus para salvação (1Co 1). Somos então desafiados a crer. Crer em Jesus e crer na sabedoria divina para lidar com a história humana.

O pecado na vida humana é uma condição que afeta tudo, inclusive nossa lógica e nosso (bom?) senso. Discordar de Deus é o mínimo. Não é sem razão que Paulo diz que a vida cristã envolve renovação da mente. Mas tudo somente pode começar pela fé. Uma fé que invoca o Senhor, que pede por graça e misericórdia. Que tem dúvidas, mas quer confiar. Que fala com Deus, mesmo quando nossa fraqueza nos faz pensar que Ele não está ouvindo. Que não entende, confunde-se, mas crê e invoca. Afinal, talvez a maior luta espiritual seja a que travamos conosco mesmos.

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