Acusado de participar do mensalão possui empresa em Conquista

Acusado de lavagem de dinheiro no julgamento do mensalão, o ex-deputado Luiz Carlos da Silva, o Professor Luizinho (PT-SP), está fora da vida política desde que perdeu a eleição para vereador em Santo André, na Grande São Paulo, em 2008.

Com a imagem fortemente prejudicada pelas acusações de ligação com o esquema de desvio e lavagem de dinheiro, o ex-parlamentar atualmente aparece como consultor e dono de uma empresa de reflorestamento em Vitória da Conquista, na Bahia.

De acordo com o advogado Pierpaolo Bottini, a argumentação da defesa no julgamento que começa no próximo dia 2 de agosto será que “não existe no processo nenhum indício da participação” de Silva no suposto esquema. A denúncia do Ministério Público (MP) diz que um assessor do ex-deputado sacou R$ 20 mil em uma agência do Banco Rural, em Brasília.

Segundo a denúncia, Professor Luizinho tinha “pleno conhecimento da atuação dos núcleos político-partidário e financeiro-publicitário na prática dos crimes”. O advogado de defesa admite que o dinheiro realmente foi sacado por um assessor do ex-deputado, mas afirma nunca foi parar nas mãos de seu cliente. “O Luizinho não sabia desse esquema. A única relação que existe é que o sujeito era assessor dele”, afirma.

“Esse assessor usou esse dinheiro para mandar fazer camisetas para correligionários dele mesmo”, diz o advogado. Bottini afirma que trata-se de “um militante político antigo” dentro do PT e que confirmou que os recursos foram pedidos ao PT por ele mesmo.

“Se o STF admitir que o vínculo funcional é suficiente para condenar alguém por lavagem de dinheiro, será criado um precedente muito complicado, porque você vai admitir que toda a vez que você tiver uma relação funcional com alguém, você vai ser responsável por tudo o que essa pessoa faz”, argumenta Pierpaolo Bottini.

Ex-líder do governo na Câmara dos Deputados, Professor Luizinho foi absolvido no Plenário no processo de cassação. O ex-deputado classificou, na época, como “ficção” as acusações contra ele. “O que é ficção é a tentativa de relacionar ele com esse dinheiro, porque não existe nada nos autos que faça essa ligação”, afirma o advogado.

Assim como os defensores de outros acusados, Bottini questiona ainda a ausência de provas de que o dinheiro sacado pelo assessor fosse “sujo”. “Não há, na denúncia, nenhuma demonstração que esse dinheiro é de origem criminosa”, conclui. O defensor diz ainda que não trabalha em conjunto com a defesa de nenhum dos outros acusados.

 

Fonte: Terra

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